Imagens noturnas feitas por satélite da agência espacial americana (Nasa) revelaram intensa concentração de luzes no sul do Oceano Atlântico, entre 300 km a 500 km da costa da Argentina.
O motivo da grande quantidade de pontos de luz no local é a presença de barcos de pesca, equipados com holofotes para ajudar na captura durante a noite.
A espécie que esses barcos buscam é a Illex argentinus, a lula-da-Argentina, um tipo de molusco de barbatanas finas que é a segunda espécie mais pescada do planeta. O animal vive a uma profundidade marinha de 80 metros a 600 metros, onde se alimenta de camarões, caranguejos e peixes.
Para capturar esses animais e suprir o consumo humano, os barcos pesqueiros que atuam nessa região iluminam o oceano para atrair plâncton e espécies de peixes que a lula-da-Argentina costumam seguir. Os barcos podem transportar mais de centenas de lâmpadas, que podem gerar até 300 kw de luz.
As imagens registradas pela Nasa mostram a aglomeração de embarcações ao longo da plataforma continental, dos limites das zonas da Argentina e das Ilhas Malvinas e pela corrente oceânica das Malvinas, rica em nutrientes.
Segundo com a agência espacial, a cada ano cem barcos recebem a permissão para pescar a lula-da-Argentina. No entanto, as imagens de satélite sugerem quantidade maior de pesqueiros atuando na região, além de grandes frigoríficos e navios de reabastecimento que operam distantes da costa.
Pesquisadores e gestores de pesca indicam que a cada ano são capturadas do Atlântico Sul 300 mil toneladas de lula-da-Argentina sem licença, segundo divulga o órgão.