Uma equipe de paleontólogos americanos e chineses descobriu no Tibete o fóssil mais antigo já visto de uma espécie extinta de felino, parecida com a onça e o guepardo modernos. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (13) na revista britânica "Proceedings of the Royal Society B".

O vestígio, composto por vários fragmentos de crânio, pertence à espécie extinta Panthera blytheae. Segundo os especialistas, o fóssil tem entre 4,1 e 5,9 milhões de anos, mais velho que o último fóssil dessa espécie descoberto há décadas em Laetoli, na Tanzânia, e avaliado em 3,7 milhões de anos.

Os cientistas usaram dados anatômicos e análise de DNA para determinar a origem e a idade dos fósseis. Uma centena deles foi desenterrada durante uma expedição na região remota de Cuenca Zanda, no sudoeste do Tibete. Além disso, foram feitas tomografias dos ossos para chegar à reconstrução observada ao lado.

O atual achado aconteceu na Cordilheira do Himalaia em 2010 e reforça a teoria de que os grandes felinos da família Pantherinae evoluíram na Ásia Central, e não na África, como apontavam alguns especialistas.

"A descoberta responde a muitas perguntas que tínhamos sobre a forma como esses animais evoluíram e se distribuíram por todo o mundo", destacou Jack Tseng, da Universidade do Sul da Califórnia, que participou do estudo.

"Esse é um achado muito importante, que preenche uma grande brecha no registro fóssil", disse Manabu Sakamoto, especialista na evolução dessa espécie na Universidade de Bristol, na Inglaterra.

Tseng e sua equipe planejam voltar à região em meados de 2014 para buscar mais amostras dessa família de felinos, conhecida popularmente como "grandes gatos" e formada por leões, jaguares, tigres e leopardos.