O ministro das relações exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, manifestou na Rússia nesta quarta-feira (20) sua satisfação pela decisão da justiça do país de conceder a liberdade mediante fiança à ativista brasileira do Greenpeace Ana Paula Maciel, que faz parte do grupo de 30 pessoas presas no país depois de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, no dia 19 de setembro.

"Estou muito contente com a coincidência de que quando cheguei à Rússia, me inteirei da decisão do tribunal", afirmou o chanceler, em referência à medida estipulada nesta terça-feira pela corte de São Petersburgo que leva o caso do "Arctic Sunrise", o navio do Greenpeace no qual se organizou o protesto contra a plataforma petrolífera da empresa Gazprom.
Figueiredo também assinalou que a jovem brasileira estava muito contente com a concessão de sua liberdade sob fiança de 2 milhões de rublos (R$ 138 mil).

"Fico satisfeito que a situação tenha se desenvolvido assim, que ela possa responder perante a justiça russa em liberdade", acrescentou o ministro, em entrevista coletiva em Moscou com seu colega russo, Sergei Lavrov.

Figueiredo chegou ontem a Moscou, em sua primeira visita oficial fora da América do Sul. Na manhã desta quarta-feira, o ministro depositou flores no túmulo do soldado desconhecido, junto às muralhas do Kremlin, antes de se reunir com Lavrov.
Os outros tripulantes do "Arctic Sunrise" estão presos há quase dois meses, em prisão preventiva sob a acusação de vandalismo, por ter organizado um protesto no mar de Bárents contra a exploração petrolífera russa que há no local.
Ontem o tribunal de São Petersburgo começou a conceder a liberdade sob fiança a dez dos 30 ativistas, em espera do julgamento, e as audiências continuarão hoje.