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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Greenpeace pede fim da exploração de gás por 'fracking' no Brasil

Às vésperas do leilão que o governo federal fará no Rio de Janeiro para oferecer concessões de exploração de reservas de gás não convencional, o Greenpeace pediu nesta quarta-feira (27) o "fim geral" da técnica de "fracking" (fratura hidráulica) para a extração da matéria-prima no Brasil.

O coordenador da campanha de clima e energia do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo, explicou à Agência EFE que é necessário "avançar tecnologicamente" antes de usar no Brasil o "fracking" para evitar que se repitam os acidentes que aconteceram em outros países.
Baitelo também disse que "ainda existe um nível muito baixo de informação" na sociedade brasileira sobre os efeitos que este sistema de extração pode gerar, mas prevê que "será um tema muito popular" que renderá uma grande discussão nacional.

O sistema de fracking permite que seja extraído gás em rochas por meio da injeção a pressão de líquidos no terreno com o objetivo de aumentar as fraturas do substrato rochoso onde se encontram os jazidas, o que pode gerar contaminação nos aquíferos.
O efeito posterior no consumo humano pode gerar "problemas de vários tipos: neurológicos, digestivos, e inclusive câncer", disse Baitelo.
O ativista também destacou que a exploração dessas reservas em alguns estados pode ter um efeito muito negativo sobre a flora e a fauna, e também sobre unidades de conservação e terras indígenas.
No leilão que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizará nesta quinta e sexta-feira, 12 empresas tentarão conseguir a concessão para explorar 240 blocos com reservas de gás em sete diferentes bacias sedimentares.
Entre esses 240 blocos há algumas reservas de gás não convencional que exigem o uso de tecnologias como o polêmico fracking, enquanto em outros é possível utilizar os sistemas convencionais de exploração.
A mistura de ambos no mesmo leilão é "muito estranha" para Baitelo, que considera que o processo responde a questões exclusivamente "de mercado" e para "atrair investidores".
A fratura hidráulica é amplamente usada nos Estados Unidos, onde foi aplicada "em locais que eram privados, por isso os operadores optaram por sistemas de exploração muito mais rápidos", lembrou Baitelo.
As áreas que serão concedidas no Brasil são públicas, o que para a formação ecologista não é garantia de uma maior segurança, já que, segundo Baitelo, "existem muitas dificuldades para o controle e a fiscalização dos crimes ambientais".
"Temos aquíferos e vamos ter problemas. Só espero que sejam menos graves do que os ocorridos nos EUA", disse.
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