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Sábado, 20 de julho de 2024

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Com 'valor zero no mercado', Adriano seria bom em marketing de superação

No produto futebol, Adriano está em baixa no mercado. Sem atuar desde março de 2012, com saída problemática do Flamengo no fim do ano passado e dúvidas sobre suas reais condições físicas e da recuperação de duas cirurgias no tendão do pé esquerdo, o Imperador tenta sair do ostracismo e adiar a aposentadoria. Sem vínculo com o Atlético-PR, o atacante usa as instalações e profissionais do Furacão para tentar aquela que pode ser a sua última cartada para voltar a jogar. Mas, ao tentar retornar para a vitrine da bola, o jogador de 31 anos é considerado um investimento de risco e com valor de mercado igual a zero.


Essa é a análise de Fernando Ferreira, economista com especialização em pesquisa de mercado e gestão e marketing esportivo, e sócio da Pluri Consultoria, empresa que realiza pesquisas e análises do meio profissional esportivo.

- O valor de mercado atual do Adriano é zero, pois a carreira está suspensa e o risco do investimento é considerável. Voltando a jogar, dá para reavaliar. O único tipo de contrato que faz sentido é o por produtividade – afirmou Fernando Ferreira.

Desde que foi vendido pelo Flamengo (2000) por 7 milhões de euros até o ápice no Inter de Milão, em 2006, quando, aos 24 anos, atingiu um valor de mercado de € 31 milhões, Adriano se valorizou em 343%. A partir daí, porém, o atacante entrou em fase de declínio até chegar ao marco zero.

Na passagem do atacante pelo Flamengo em 2012 - quando não atuou em nenhum jogo - o clube pagou apenas R$ 15 mil referentes aos dias em que ele treinou em agosto e se resguardou diante dos riscos. Inicialmente, o Flamengo acertou com Adriano um contrato que previa R$ 50 mil mensais - referentes a direito de imagem - e mais R$ 50 mil por cada jogo disputado, sem carteira assinada. Como Adriano saiu sem entrar em campo, nada ganhou por produção. Além disso, as advertências por indisciplina suspenderam o pagamento por direitos de imagem.

Recuo do Inter, na pauta do Palmeiras e previsão de aposentadoria
Em junho, o atacante esteve próximo de um acerto com o Internacional. Mas o clube recuou depois dos resultados dos exames médicos. O diretor médico colorado, Paulo Rabello, admitiu que o tempo parado, somado aos dois procedimentos cirúrgicos no tendão do pé esquerdo, atrapalhou o acerto. Mesmo após as cirurgias, Adriano não respeitou restrições e prejudicou sua recuperação.

Na atual temporada, Adriano recebeu propostas da Ásia. Em março, o nome do jogador entrou na pauta do Palmeiras. Na ocasião, o diretor executivo José Carlos Brunoro disse que foi procurado por representantes do Imperador, que teriam manifestado o desejo dele de retomar a carreira.

Em agosto, Fabiano Farah - empresário renomado no futebol que já trabalhou com Ronaldo e Roberto Carlos – traçou metas para Adriano, consultou médicos para recuperação do tendão e também para a relação com o álcool. O trabalho seria realizado no Botafogo.

O Imperador teria ficado reticente por conta da carga de trabalho e, segundo o gerente técnico do Alvinegro, Sidnei Loureiro, teria admitido pendurar as chuteiras.

- Ele disse que queria saber qual era a condição física, e disponibilizamos pessoas da nossa confiança no clube. A situação não é simples, teria que ter muito cuidado e, mesmo que tivesse a melhor dedicação, existia a chance de não ter resultado. Estipulamos mais ou menos seis meses. O tendão dele pode não responder ao estímulo para voltar a ser de atleta, porque hoje em dia é de uma pessoa normal. Ele disse que conhece o corpo dele e sabia que algo estava errado, que não era por falta de dedicação no tratamento. Sentia que a coisa não evoluía, sabia do limite, da idade e que seis meses seriam demais sem alguma garantia. Está pensando em encerrar, mas que se mudasse de ideia voltaríamos a conversar - revelou Sidnei, na ocasião.
Marketing da superação
Imagine uma empresa que queira vender a ideia de superação? O Adriano pode ser um bom símbolo disso
Fernando Ferreira, economista

Recentemente, a Nike encerrou o contrato com Adriano. Com a imagem desgastada pela inatividade e estripulias fora de campo, o Imperador poderia ser alvo de alguma abordagem de marketing de superação.
- Para o marketing tradicional, o produto não é adequado no momento, apesar do bom potencial do jogador, caso a carreira volte a engrenar. Mas algum tipo de abordagem de marketing mais específica pode fazer sentido porque é um jogador muito conhecido. Imagine uma empresa ou marca que queira vender a ideia de superação, de nunca desistir? O Adriano pode ser um bom símbolo disso - analisou Fernando Ferreira.
Desde junho de 2010, Adriano disputou apenas 16 jogos – oito pelo Roma e oito pelo Corinthians – e marcou dois gols. Nesse tempo, atuou uma única vez durante 90 minutos. Sua última partida aconteceu no dia 4 de março do ano passado.

O Atlético-PR somente fará alguma movimentação por uma possível questão contratual depois do período de treinos e exames. Adriano chegou a Curitiba na segunda-feira e, desde então, realiza atividades no CT do Furacão.
- Contamos com médico, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, CT, estádio. É só ele se dedicar. Existe essa vontade dele. Eu falei com ele que não basta só falar e ter vontade, é preciso atitude, responsabilidade, disciplina. Ele está animado e isso nos anima, pois fortalece o Atlético-PR e o reconhecimento do clube nacional e internacionalmente - afirmou o vice-presidente do clube, Luiz Salim Emed, em entrevista à rádio Estadão.
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