A reestruturação salarial solicitada pelos peritos criminais de Mato Grosso “onera o Estado em mais de 12 milhões nos próximos dois anos”, afirma o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf. Segundo ele, só em 2014 o governo teria que ‘desembolsar’ R$ 5,8 milhões para pagar a tabela salarial dos servidores da área criminal do Estado.

Leia mais: Após paralisação de 24 horas, peritos criminais pressionam Nadaf na Casa Civil
Com protesto, apenas uma equipe de peritos criminais trabalha hoje em Cuiabá e VG

Ainda de acordo com o secretário, em 2015 o valor iria para R$ 7 milhões. Essa foi uma das justificativas dada por Nadaf depois da sua demora em dar um encaminhamento ao projeto de reestruturação salarial solicitada pelo sindicato da classe.

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado (Sindpeco/MT), Márcio Godoy, criticou o posicionamento de Nadaf. “Eles já sinalizaram que não seria possível, mas não apresentou a contraproposta. Ele [Nadaf] apenas disse que o projeto daria esse choque financeiro e não falou o porquê disso”, questionou.

Godoy também comparou o impacto financeiro dos gestores governamentais da área instrumental com a dos peritos criminais. “É estranho que se tenha onerado o Governo em mais de R$ 5 milhões para os peritos sendo que o que pedimos está abaixo do que foi concedido aos gestores governamentais que teve um impacto de R$ 1 milhão”, mensurou.

Entenda

Na tarde de sexta-feira (06), os peritos criminais, o secretário de segurança e o diretor da Politec estarão reunidos na Casa Civil para ouvirem a contraproposta elaborada pelo Governo. Caso o impasse permaneça, depois desse encontro, a categoria já têm uma audiência pré-agendada com o Governador Silval Barbosa, na próxima segunda-feira (06).

Os trabalhos da perícia criminal são divididos por seções, sendo elas; nas áreas de biotecnologia, biologia, engenharia civil, trânsito, contabilidade, farmácia física, fonoaudiologia, matemática, química, computação, meio ambiente, criminalística, entre outras.

No último dia 04, a categoria fez uma paralisação com duração de 24 horas para cobrarem um posicionamento do secretário da Casa Civil, com quem atualmente está o projeto. Durante todo esse dia, apenas uma equipe de peritos atenderam demandas de Cuiabá e Várzea Grande.

Já no dia de ontem (05), um grupo de aproximadamente 40 peritos criminais estiveram na Casa Civil para tentarem uma audiência com Nadaf. Porém, eles não conseguiram nenhum encaminhamento devido a um protocolo interno da Casa, mas conseguiram agendar a reunião desta sexta-feira (06). A expectativa é que a contraproposta elaborada pelo Governo agrade os 140 peritos criminais que existem em Mato Grosso, caso contrário uma greve geral não está descartada.