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Dante de Oliveira: um nome que marcou a política mato-grossense

Parte da história recente do país e da redemocratização está ligada a um homem chamado Dante Martins de Oliveira.

06 Jul 2009 - 12:33

Da Redação/Alline Marques e Ademar Andreola

Parte da história recente  do país e da redemocratização está ligada a um homem chamado Dante Martins  de Oliveira. Idolatrado por muitos, o ex-governador deixou um vácuo na política mato-grossense após sua morte no dia 6 de julho de 2006, quando milhares de pessoas foram até a Assembléia Legislativa dar adeus a um dos políticos mais querido do Estado.


Apesar da fama ter vindo na década de 80, com a proposta de  emenda constitucional que propunha a eleição direta para presidente, conhecida como Diretas Já,  ele começou sua carreira política eleitoral com uma derrota. Em 1976, Dante de Oliveira tentou sem sucesso se eleger para vereador em Cuiabá pelo MDB.

Dante tinha recém voltado para capital, após completar a faculdade de Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na época pertencia ao clandestino Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), uma das tantas correntes que se abrigava sob as asas do MDB.

Em 1978, se elegeu para deputado estadual. Com o fim do bipartidarismo, Dante migrou para o PMDB, remanescente do MDB. Já em 1982, se elegeu deputado federal, quando apresentou a proposta de emenda das diretas, sob com as "bençãos" de Ulisses Guimarães, padrinho de casamento de Dante com Thelma Pimentel  de Oliveira. Haviam outras duas emendas semelhantes em tramitação na Câmara. Ulysses por razões políticas, deu preferência à do seu afilhado.

Em 1984, a proposta de emenda foi para votação, porém frustrou a população que estava toda mobilizada e foi às ruas fazer panelaço às véspera da votação. Apesar de obter maioria dos votos, não alcançou os dois terços necessários para aprovação. Contaram-se 298 votos a favor, 65 contra e três abstenções e deixaram de comparecer à sessão 112 deputados.

Apesar da derrota no Congresso, a semente foi deixada e Tancredo Neves venceu a eleição no ano seguinte, porém morreu antes de assumir o cargo e José Sarney foi, então, empossado presidente do Brasil.

Dante de Oliveira se afastou do cargo para disputar a eleição de prefeito de Cuiabá em 1985, quando foi eleito. Cinco meses depois foi convidado por Sarney a assumir o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário. Um ano e meio depois foi exonerado do cargo por apoiar a redução do mandato presidencial para quatro anos, ao invés de cinco como era na época.

Ao retornar para Prefeitura de Cuiabá, Dante teve que enfrentar uma crise. Salários atrasados e um caixa quebrado. Em 1990 saiu do PMDB e migrou para PDT. Já em 1992 foi eleito novamente prefeito, mas deixou o cargo dois anos depois para disputar a eleição para governador, quando foi eleito.

Mais uma vez, Dante enfrentou problemas financeiros no governo. Ameaçado de expulsão do PDT por Leonel Brizola, por defender a reeleição, o, na época, governador, saiu para o PSDB, marcando história entre os tucanos.

Brizola chegou a chamar Dante de traídor. "A política adora a traição, mas abomina o traídor", declarou à época sobre o fato.

Apesar do desgaste do governo, Dante conseguiu se reeleger em 1998, graças a aliança falida entre Júlio Campos, na época PFL, e Carlos Bezerra (PMDB). No entanto, em 2002, não foi possível se eleger ao Senado.

Várias denúncias marcaram a campanha e acabaram abalando a credibilidade do tucano, além é claro do desgaste do governo. Em 2006, Dante tentaria disputar a eleição para deputado federal, porém devido a complicação de uma pneumonia veio a falecer. Numa morte rápida, que deixou muitos chocados, Oliveira deixou saudade para muitos.
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