Olhar Direto

Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Esportes

Com marcas da 'guerra', Alê diz não se acostumar à idolatria: 'Gratificante'

Nos braços, nas pernas, em todo o corpo. Perseguida dentro de quadra, Alexandra retornou ao Brasil com as marcas de uma conquista histórica no Mundial da Sérvia. “É guerra. E não há guerra sem marcas”, diz. Eleita melhor jogadora do mundo em 2012, a ponta direita não reclama. Sabe que o título supera qualquer machucado dentro de quadra. Ao desembarcar com o ouro no pescoço, Alê também viu de perto o carinho da torcida. Mas, apesar do novo status em meio ao esporte nacional, a jogadora ainda não se acostuma à idolatria.

- Não me acostumei a essa idolatria, com certeza não. Estamos falando de handebol, não de qualquer esporte. Você vai chegando e recebendo esse carinho é muito importante. Pouco a pouco, vamos ter noção do que conquistamos. No mundo do handebol, na Europa, temos noção. Mas, agora, voltar para o seu país, ver essa festa maravilhosa, é gratificante. A gratificação é bem melhor que a medalha.


Alê tem a noção exata da importância do título na Sérvia. A ponteira lembra que o país, apesar da evolução nos últimos anos, ainda tinha pouca história no handebol.
- Depois que você passa a ser favorito, temos a responsabilidade dobrada. E você tem de assumir essa responsabilidade. Continuar trabalhando e jogar com o coração. O segredo da seleção é jogar com o coração. Sabíamos das dificuldades, os outros times eram favoritos. Nós não tínhamos história no handebol. E mudamos isso. É inacreditável.

A conquista, para ela, também aumenta a pressão. Campeãs mundiais, as brasileiras entrarão com um novo status nos Jogos Olímpicos de 2016. Para Alexandra, a vitória na Sérvia foi apenas um passo.
- Já começou. Somos conscientes disso. Tem um ditado que fala: “Cuidado com o que você pede porque pode conseguir”. Somos totalmente conscientes do nosso trabalho e do que conseguimos. Vamos continuar trabalhando. Ganhamos o ouro, vamos festejar. Mas as outras seleções também vão trabalhar para trazer uma medalha das Olimpíadas. Esse foi só um passo. Por mais que a gente fique gritando ou festejando, foi um passo pequeno. Agora, temos de continuar esse trabalho da melhor forma possível.
As quedas no Mundial de 2011, em São Paulo, e nos Jogos de Londres foram fundamentais para a vitória na Sérvia, diz Alê. Segundo ela, a equipe se uniu para corrigir erros e buscar a medalha inédita.
- Em 2011, saímos da quadra acabadas depois da derrota para a Espanha, nas quartas. Levamos um gol no último segundo, não consigo entender até hoje. Depois, fomos para as Olimpíadas pensando: “Agora vai”. Mas tomamos uma pancada de novo. Paramos e falamos: “Ainda falta muita coisa”. Chegamos nesse Mundial querendo a medalha, mas vendo contra quem iríamos jogar, estudando. Foi passo a passo, a cada dia. Pensávamos na medalha, concentrávamos e voltávamos para o hoje. O mais importante é que não fomos para o passado, nem para o futuro. Ficamos no presente. E a união foi impressionante. Quase um mês juntas, maravilhoso. Uma sensação de família. E essa foi a diferença em quadra.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet