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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Estudo aponta que uso de drogas leva homens a morar nas ruas mais cedo

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de São Carlos (SP) traçou o perfil do morador de rua. Foram 120 abordagens no segundo semestre deste ano. Entre as conclusões está a de que os homens têm ido para as ruas cada vez mais cedo. O principal motivo é a dependência de drogas, especialmente o crack.


O estudo identificou homens com idades entre 18 e 50 anos e antes a idade mínima encontrada era de 30 anos. Os moradores vêm de várias cidades do estado, como Campinas, São Paulo e São José do Rio Preto.

O começo da história é geralmente o mesmo: a quebra de vínculo com a família. “Eu acho que por causa da minha opção sexual ou por falta de recurso minha mãe me colocou para fora de casa”, falou Paulo Victor Miranda, de 27 anos, que vive desde os 12 na rua. “A gente já acostumou a ficar na rua, então é até difícil ficar preso num lugar”, comentou.

Mudança no perfil
Além da diminuição da idade, a pesquisa também identificou uma mudança nas características desse grupo. Antes, o morador de rua era aquele que apenas vagava e que fazia da rua sua moradia. Hoje, como o principal motivo é a busca por droga, os moradores passam a maior parte do tempo em busca do entorpecente ou do dinheiro para comprá-lo.

Muitos têm casa, mas preferem morar na rua pela facilidade do acesso às drogas. “Uma característica comum nessas pessoas é que elas são usuárias de crack, além de álcool”, ressaltou o psicólogo Plínio Malta Marangoni.

É o caso do morador Rubens Cardoso, de 21 anos. Usuário de cocaína e crack, ele saiu de casa aos 17 anos. Com a ajuda do Creas largou as drogas, mas continua na rua. “Tu vai pedir um serviço em qualquer lugar e não consegue porque não tem moradia fixa”, reclamou.

Acolhida
A proposta da abordagem não é só traçar o perfil, mas levar essas pessoas aos serviços oferecidos pelo município, como o Creas e o albergue noturno. “Ofereço uma coberta quando está frio ou atendimento médico quando preciso eu levo até o hospital”, explicou a educadora social Denise Santos.

O Creas-Pop funciona em horário comercial e oferece aos moradores de rua alimentação e local para que realizem sua higiene pessoal, acompanhamento com assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e educadores sociais.

No local, os moradores participam de atividades em grupo, oficinas culturais, aulas de artesanato, entre outras atividades. O Creas fica na Rua São Joaquim, 818, no Centro.

Já o albergue noturno, que funciona das 18h às 7h, é um local onde os moradores de rua podem tomar banho e dormir. No espaço também é oferecido o jantar e o café da manhã. O albergue fica na Rua Rotary Clube, 101, na Vila Marina.
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