A cidade de Bauru (SP) recicla apenas 2,5% do lixo que produz: são 200 toneladas por mês, de um total de 8 mil toneladas que são coletadas a cada 30 dias. Esse índice poderia ser bem maior: de acordo com estatísticas da Emdurb, cerca de 3.840 toneladas desse lixo, ou seja, quase a metade, poderia ser reaproveitada.

A estatística é ruim não só para o meio ambiente, mas também para quem vive da reciclagem na cidade. Atualmente, a coleta seletiva abrange 80% do município e a expectativa é que todas as regiões sejam atendidas em 2014. O problema é maior: conscientizar a população sobre a necessidade de separar o lixo orgânico do reciclável.

A bióloga Tamara Quinteiro é uma exceção: mesmo com a casa em reforma, separa todos os dias o lixo. “Todo município que tem uma cooperativa gera renda fixa para coletores que, na maioria, eram catadores de rua. Além de ajudar essas pessoas, ao separar o lixo, os moradores auxiliam no processo do meio ambiente. Ainda mais em Bauru que, além da erosão, está com os aterros sanitários no limite de resíduos”, comenta a bióloga.

Cooperativas
De segunda a sábado, funcionários da Emdurb realizam a coleta seletiva em 80% das ruas de Bauru. A previsão da autarquia é de que em 2014 100% do município faça parte da coleta. Todo material recolhido e levado para cooperativas da cidade. Em uma delas, Maria Luíza Fernandes da Silva retira o sustento da família há 16 anos com a reciclagem. “Consegui minha casa através da reciclagem e não falta nada na minha casa por causa do meu trabalho”, diz a coletora de 62 anos.

Cooperados como Maria Luiza ganham quase R$ 800 por mês, mas poderiam ter uma renda um maior se o lixo fosse separado de forma adequada. No serviço de triagem, os coletores devem separar papelões e garrafas pet do lixo orgânico que não tem serventia para elas. Como as pessoas não fazem a separação, a triagem demora mais e influencia diretamente na renda de quem depende dessa atividade.

A perda de tempo na separação do lixo gera a baixa produção de recicláveis e menos recebimento para equipe. “Nós poderíamos ter um lucro muito maior. No entanto, isso não é possível porque o lixo vem muito misturado e atrapalha demais, principalmente quando encontramos resto de comida”, alega o presidente da Cootramat, Valmir Moura.

Ecopontos
Além das cooperativas, os ecopontos também são boas alternativas aos moradores na hora de separar o lixo em Bauru. Existem sete locais na cidade que recolhem desde vidro, pilhas e madeira, até pequenas quantidades de entulho.

“O ecoponto foi criado para trazer exclusivamente materiais volumosos como sofás, colchões, armários, geladeiras , pequenas quantidade de entulho (um metro cúbico), lâmpadas, pilhas, baterias, etc. lixos orgânicos, industriais e resíduos de saúde não podem ser descartados”, explica Luiz Facin.

Confira os endereços dos ecopontos em Bauru:

- Ecoponto Antonio Eufrasio de Toledo - Rua Sorocabana, quadra 2
- Ecoponto Mary Dota - Rua Americo Finazzi, quadra 4
- Ecoponto Jardim Redentor/Geisel - Rua Noé Onofre Teixeira, quadra 4
- Ecoponto Pousada I - Rua 41, quadra 1 (Entre as Ruas Joaquim Gonçalves Soriano, quadra 5 e Maurício Pereira de Lima)
- Ecoponto Edson Francisco da Silva, Dúlce Duarte Carrijo, quadra 4
- Ecoponto Parque Viaduto, Rua Bernardino de Campos, quadra 28
- Ecoponto Parque Bauru, Rua Jorge Schneyder Filho, esquina com Avenida Cruzeiro do Sul.