Volante de origem, Wendel já avisou que se considera lateral direito. Tenta, então, deixar de lado as preocupações defensivas para atacar. O jogador recebe dicas de um recém-contratado auxiliar de Gilson Kleina, o ex-lateral direito Alberto, para avançar mais e usar seu elogiado cruzamento.
"Já lhe disse para ser um pouco mais irresponsável para atacar. Ele é muito obediente taticamente, mas o fato de ser um pouco irresponsável, claro que sem esquecer a parte defensiva, era para sair um segundo ou dois na frente, avançando alguns metros e tendo outra leitura de jogo", comentou Alberto.
O ex-lateral atuou na posição por 19 anos, defendendo Flamengo, São Paulo, Cruzeiro, Siena, Udinese e até Seleção Brasileira, mas destacando-se mesmo com a camisa do Atlético-PR. Agora, passa sua experiência para Wendel, escolhido por falta de concorrência, se firmar sem contestação entre os titulares no centenário palmeirense.
"Eu sabia que o forte dele sempre foi a parte defensiva. E não é para deixar a parte defensiva vulnerável, é para ganhar alguns segundos na frente e chegar mais fácil ao fundo", indicou Alberto, esperançoso com o pupilo. "A primeira coisa é que o Wendel tem curiosidade de perguntar e vontade de saber coisas diferentes. Ele quer aprender e melhorar, isso é muito importante."Na questão ofensiva, Wendel, ao menos, demonstrou grande evolução no principal quesito: cruzamento. Deu duas assistências no ano, a última delas alçando a bola com perfeição para Alan Kardec abrir a vitória sobre o São Bernardo. O camisa 13 ainda tem o diferencial de lançar para trás, surpreendendo os marcadores.
"Você sempre tem que olhar antes de cruzar. Às vezes, você olha para a área e a melhor opção nem sempre está lá dentro, pode vir livre de trás. É uma característica muito do Valdivia, que sempre vem por trás. Tenho feito isso nos treinos com o Kleina, o Juninho, o Jair e o Alberto. Sempre procuramos jogar a bola para quem está melhor colocado", explicou o lateral.