O Palmeiras do interino Jorginho não desperdiçou a chance de se aproximar do Internacional. Diante de um Náutico apático, presente na zona de rebaixamento, a ex-equipe de Wanderley Luxemburgo goleou em casa por 4 a 1 e termina o sábado em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, a dois pontos do líder.
Mesmo com os resultados dos jogos deste domingo, o Verdão garantiu os 19 pontos e pelo menos a presença na zona de classificação para a Libertadores ao final da décima rodada. Pior para os pernambucanos, que encerraram o confronto com apenas oito pontos somados, na penúltima colocação.
A situação está boa para o clube do Palestra Itália graças ao início do jogo, quando Mauricio Ramos fez o primeiro aos seis minutos. Willians ampliou aos 26. No segundo tempo, Márcio Barros descontou para o Timbu aos 19, mas os donos da casa fecharam a goleada com um golaço de Armero aos 26 e outro de Pierre aos 38.
Na quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), o Palmeiras volta a jogar pelo Brasileiro visitando o Flamengo no Maracanã. O Náutico busca a recuperação na quinta-feira, às 21 horas, recebendo o Vitória no Aflitos.
O jogo - Técnico interino, Jorginho não 'inventou', armando o time em um 4-4-2 simples, com dois volantes, dois meias e dois atacantes. E acabou mandando a campo uma equipe eficiente tanto no ataque quanto na defesa. O desesperado Náutico entrou em campo apático, o que piorou com Carlinhos Bala e Gilmar marcados por Pierre e Souza, que não deixavam os dois sequer usarem as características velocidades.
Atuando em casa diante de um dos adversários que tinha suas escassas armas anuladas, o Palmeiras parecia ter como dificuldade apenas o gramado cheio de poças e buracos no Palestra Itália, castigado por chuva intensa antes do jogo. Mas isso não pareceu problema. Na frente, os mandantes trocavam passes e dominavam o meio-campo.
Para completar o bom cenário, Obina estava bem, brigava por todas as bolas e mostrava consciência ao buscar tabelas com Diego Souza e Willians, sempre à espera dos passes de Cleiton Xavier. Desta maneira, os primeiros 20 minutos foram um massacre, possível também devido à péssima atuação do goleiro do Timbu, Eduardo, que deixava a torcida alviverde em delírio ao escorregar nas cobranças de tiro de meta.
O camisa 1 alvirrubro, no entanto, começou a partida beneficiado pela pontaria paulista. Primeiro, o arqueiro foi bem em forte chute de Souza no meio do gol. Fez o mesmo em duas tentativas de Obina, uma delas de letra, quando caiu no canto esquerdo. Mas Eduardo e sua zaga, com o ex-palmeirense Gladstone, ainda não haviam sido testados pelo alto. Quando foram, saiu o gol.
Aos seis minutos, Diego Souza fez linda jogada ao passar por dois marcadores em um só drible. Foi derrubado por um, Dudu Araxá. Falta na linha de fundo pela direita que Cleiton Xavier usou para cruzar com precisão. Gladstone, como na época em que esteve no Verdão, falhou com seus companheiros na bola aérea e Mauricio Ramos subiu para cabecear com força no canto esquerdo.
Os alviverdes mantiveram o ritmo e a impressão era de goleada. Sem tanto trabalho na proteção à zaga, Souza e Pierre passaram a se arriscar na frente e o camisa 5 obrigou Eduardo a trabalhar, assim como Cleiton Xavier, que aproveitou um dos escorregões do goleiro para bater rente à trave. Pouco depois, aos 16, foi Diego Souza quem cobrou falta no travessão.
A partir dos 20 minutos, entretanto, os nordestinos começaram a sonhar com algum perigo. Mas tudo graças a falhas palmeirenses. Primeiro, Mauricio Ramos afastou a bola nos pés de Ailton, que, livre na área, bateu em cima de Danilo. Na sequência, o mesmo Danilo evitou que levantamento de Carlinhos Bala parasse nas redes do até então imperceptível Marcos.
Os sustos acordaram o Verdão, que mostrou precisão para ir tranquilo para o vestiário. Primeiro,Obina entrou livre na área pela direita e cruzou rasteiro. Eduardo rebateu mal, nos pés de Cleiton Xavier, que só não fez o gol porque a zaga pernambucana se recuperou a tempo de desviar o chute. Aos 26, a tentativa foi fatal. Cleiton Xavier lançou Diego Souza, que encobriu o goleiro. Na linha do gol, Willians cabeceou para as redes e ampliou o placar.
Até o fim do primeiro tempo, a equipe do Palestra Itália ainda pôde fazer mais um, aos 30, quando Armero cruzou, Cleiton Xavier desviou de cabeça no meio da área e Obina desviou rente ao travessão. Depois disso, o apático Náutico só se preocupava em evitar mais gols e o que se viu foram apenas substituições. No Palmeiras, Souza se machucou e deu lugar a Jumar, enquanto Juliano entrou na vaga de Dudu Araxá no time recifense, por opção técnica.
Na volta do intervalo, o Timbu trocou a camisa alvirrubra com listras verticais por um uniforme todo branco. Pressionado, Márcio Bittencourt preferiu trocar a vestimenta em vez de seus jogadores. Mas o que se viu foi um clube visitantes sem nenhuma oportunidade de projetar ao menos descontar no placar.
Os donos da casa, por sua vez, pareceram desanimados na ânsia pelo terceiro gol. A exceção era Obina. O atacante que causava delírios nas arquibancadas com sua correria e até um toque de letra para a lateral, carimbou a trave em chute colocado aos três minutos.
Mas o jogo caminhava para a fácil vitória palmeirense até que os visitantes, em uma rara aparição no ataque, impuseram ânimo. Aos 19 minutos, o zagueiro Galiardo fez o que seus companheiros de ataque nem esboçavam e se arriscou na frente, descendo pela esquerda e tocando para Márcio Barros. O meia-atacante bateu de primeira, de bico, e viu a bola desviar em Wendel antes de entrar no canto direito de Marcos.
O desespero, contudo, não atingiu o Palmeiras graças a uma linda jogada. Aos 27 minutos, Armero arrancou pela esquerda, tabelou com Diego Souza e entrou na área disparando uma bomba no ângulo direito de Eduardo. Primeiro gol do colombiano no clube e comemorado com dança em frente às arquibancadas. Era o símbolo da tranquilidade que o feito geraria ao Verdão até o fim da partida.
A felicidade, contudo, ainda podia aumentar. O que aconteceu graças a Pierre. Aos 38 minutos, o volante recebeu de Cleiton Xavier na área pela direita, venceu seu marcador no carrinho e bateu de pé esquerdo para fazer o quarto gol. Feito muito comemorado, inclusive com as mãos desenhando um coração no ar em direção à esposa do volante, que perdeu filho em gestação recentemente. A noite estava completa.
