A cidade de Cuiabá recebeu na tarde de hoje (sábado, 31) a marcha pela legalização da maconha. O evento – que teve início às 14h30 - contou com a participação de diversos movimentos sociais, coletivos e os mais variados setores da sociedade. Com o lema “cultivando liberdade pra não colher guerra” a Marcha teve como objetivo discutir e repensar a política de drogas no Brasil. Mesmo com a proposta pacífica de debate, um usuário foi detido e levado ao Cisc Planalto. Na última sexta-feira (30) o comandante regional da Polícia Militar, coronel Jadir Metello, disse que quem consumisse maconha durante a manifestação seria preso e encaminhado para a Delegacia de Polícia.
Deputado diz que governo Silval está afundado em lama e lamenta desvio de recursos
Para acompanhar e trazer segurança à manifestação, a prefeitura de Cuiabá determinou que 18 policiais militares e quatro viaturas acompanhassem toda a movimentação. Logo no início da marcha, por volta das 15h, um homem foi detido, como usuário, por porte de maconha. Segundo os Polícias Militares, o usuário foi levado para o Cisc Planalto onde responderá por um termo circunstanciado. Por volta das 15h30 um princípio de confusão foi instaurado e alguns policiais tentaram apreender um jovem sob a acusação de depredação do patrimônio público. Ao perceber a ação dos policiais, os manifestantes passaram a vaiar a abordagem, assim, o acusado logo foi liberado.
Segundo os organizadores do evento, a proibição da maconha causa uma guerra às drogas que afeta diretamente os seres humanos. Esta política anti-drogas financiaria a marginalização, encarceramento em massa e o extermínio da população pertencente as classes menos favorecidas. Ainda segundo os simpatizantes da marcha pela legalização, os danos que a utilização da erva pode trazer aos usuários são menores que os danos que a guerra às drogas causa à população.
Recentemente, a ANVISA reconheceu e autorizou a utilização do primeiro remédio produzido a partir da maconha no Brasil e isso tem ajudado a acender o debate do consumo medicinal e terapêutico da erva. Inúmeras pesquisas científicas tem comprovado o forte potencial da utilização em diversos tratamentos de saúde (tais como tratamento de câncer, AIDS, esclerose múltipla, epilepsia, insônia, enxaqueca, TDH, dentre outros).
Enquanto alguns países como o Uruguai já regulamentaram a produção, comercialização e consumo da erva, diversos outros tem tido sucesso na caminhada para uma política cada vez menos repressiva, tais como Holanda, Portugal, Argentina e Colômbia. O Brasil, porém, ainda vive um silêncio curioso, por parte de autoridades, em relação a este debate.
Em Cuiabá, a marcha pela legalização da maconha teve como ponto de concentração a Praça Alencastro, seguindo pela Avenida Getulio Vargas e se dissipando pela Avenida Isaac Povoas. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 300 pessoas fizeram parte da manifestação.