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Sábado, 20 de julho de 2024

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Medo de racionamento eleva venda de caixas d'água em SP

Diante desse cenário de insegurança, aumentaram as vendas de caixas d'água. Nas lojas da Telhanorte, o crescimento nas vendas foi de 150% no Estado nos três primeiros meses do ano, frente ao mesmo período de 2013. Os modelos mais comprados pelos consumidores foram os 1.500 e 2.500 litros.


Segundo o diretor de marketing e compras da Telhanorte, Juliano Ohta, os consumidores aproveitaram o momento para realizar a troca da caixa d'água por modelos maiores ou até mesmo para comprar mais um reservatório.

— Esse cliente também procura por produtos economizadores de água, como torneiras com redutores de pressão, duchas, temporizadores e vasos com dupla descarga de três e seis litros.

Nas lojas da Leroy Merlin espalhadas pelo Brasil, o movimento não foi diferente. O aumento das vendas de caixas d'água foi de 30% de janeiro a abril, inclusive as de grande litragem e as cisternas.

A loja vende modelos de até 25 mil litros, que atendem normalmente a indústrias. Para estimular o consumo de caixas d'água, desde fevereiro a Leroy Merlin começou uma campanha no site e nas redes sociais.

Segundo o gerente nacional de produtos de materiais de construção da Leroy Merlin, Flávio Dionísio, as pessoas estão usando a caixa d'água como se fosse um reservatório.A bióloga Elaine Darini fez isso. A sua de 500 litros hoje pode ser usada como um depósito de água numa eventual chuva.

— Como ela tem tampa de rosca, você pode coletar e fechar. Então, para lavar o quintal, o banheiro, você tem essa opção, caso a coisa fique muito pior do que a gente imagina.

Líder na fabricação e venda de reservatórios de água em todo o Brasil, a Fortlev teve que buscar a produção de caixas d’ água de suas fábricas em outros Estados para dar conta da demanda nas lojas de São Paulo.

— São Paulo realmente teve um aumento da demanda bastante significativo. Nós tivemos que usar produção de Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina para atender este aumento.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), cada pessoa precisa de 110 litros de água por dia para as necessidades de consumo e higiene. Mas, de acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o consumo dos paulistanos gira em torno de 140 litros diários.

arini já tinha uma caixa d'água de 500 litros, mas decidiu trocar por uma de mil litros com medo de risco de racionamento em São Paulo. Moradora do Aricanduva, na zona leste da capital paulista, ela investiu R$ 500 na troca após sofrer interrupções no fornecimento.

— À noite eles realmente estão desligando a água. Nós ficamos com receio de que isso se estenda por mais tempo. Uma caixa d'água de 500 litros não dá conta, por isso trocamos, para ficarmos um pouco mais sossegados.

Elaine faz parte de um grupo de pessoas que, com receio da estiagem que afeta a região Sudeste, querem garantir que não faltará água dentro de casa.

São Paulo enfrenta uma das maiores crises hídricas de sua história. O Sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento da região metropolitana, bateu recordes negativos de armazenamento e, atualmente, faz uso do volume morto para dar conta da demanda.


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