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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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'Mística exige química. 10 no moleque'; Tino Marcos analisa a herança de Pelé

Olho para a mão fechada, e ela vai se abrindo, dedo a dedo. Que utilidade tem essa antiga e singela máquina de contar! Os dedos. São dez. E há uma razão pra isso.


Seja qual for a publicação, a edição, os gols mais incríveis serão sempre os dez gols mais incríveis. E não é por acaso.

Se a Nasa lançar foguete, ouviremos, com som abafado de rádio AM, a contagem regressiva. Em que número começa? Ten... nine...

Qual a nota máxima? Dez, nota dez. Claro, faz todo sentido.

Quer agradar? Diga a alguém “você é dez”.

Será que é tudo por causa dele?

Pelé.

A mística nasceu por acaso, catorze copas atrás, em 1958. Ao inscrever a seleção brasileira, a CBD precisava dar nomes aos números. E não tinha essa de volante ser o 5, o zagueiro ser o 3 ou o 10 ser o meia das galáxias. Não. Um sorteio, simples assim, determinaria a camisa de cada um.

Foi aí que uma força superior e invisível mexeu os pauzinhos e fez cair nas costas do menino de 17 anos a camisa dez.

Claro, fazia todo sentido!

Desconfio até que temos dez dedos nos pés e nas mãos por causa dele. Estava tudo tramado desde o surgimento do homem. Vai ver que a nota dez só é símbolo de excelência porque tem a ver com Pelé.

Apenas oito brasileiros vestiram a 10 em Copas do Mundo. Pinga foi o primeiro, em 54, quando os times passaram a ter numeração.

Pelé, o dez onipresente, esteve em quatro Copas com ela. Rivaldo foi a dois mundiais vestido de gala. E foi campeão em 2002.

Raí também foi, em 94. Mas na reserva, com um dez algo desbotado às costas. Como aquele, que vestiu Silas em 90.

Zico e Rivelino jogaram duas Copas cada um com a mais pesada e cobiçada das camisas.

Ronaldinho e Kaká, nossos últimos protagonistas em Copas do Mundo, também não se realizaram com ela.

A mística exige química, uma troca perfeita entre pele e tecido, pra merecer a herança do Rei.

Às vésperas da Copa das Confederações, Neymar pediu para trocar a 11 pela 10. Foi campeão e o melhor jogador.

Depois de amanhã, 10 no moleque. O nono brasileiro com a chance de transformar privilégio em encanto.

Dois dias.
Conto nos dedos.
E acredito.
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