Cruzeirense Zé Carlos recebe o vermelho aos 12 segundos e ajuda o Galo a assumir a liderança. Oito dos dez jogos tiveram gol até os 15 minutos
O torcedor que perdeu a hora e demorou a se sentar na arquibancada foi castigado nesse fim de semana, na décima rodada do Brasileirão. Em oito dos dez jogos, os goleadores não perderam tempo e tiraram o placar do zero antes dos 15 minutos. Mas o que mais chamou a atenção não foi um gol-relâmpago. Foi a expulsão-relâmpago.
O cartão vermelho mostrado por Paulo César Oliveira a Zé Carlos, com inacreditáveis 12 segundos de bola rolando, transformou-se no recorde do futebol brasileiro (assista ao vídeo). E serviu para desestruturar o time do Cruzeiro, formado por reservas e garotos. Diante disso, o Atlético-MG conseguiu dois feitos importantes: acabou com um jejum que durou 12 partidas sem vitória sobre o rival e tomou do Inter a liderança do campeonato.
Eder Luis marcou o mais mais bonito nos 3 a 0 no Mineirão e se igualou ao companheiro Diego Tardelli, com seis gols, na vice-artilharia do Brasileiro. No topo desse ranking, Roger passou a fazer companhia a Felipe, do Goiás.
De dispensado a artilheiro
O atacante do Vitória, dispensado pelo Fluminense há três meses, foi um dos apressados da rodada. O primeiro de seus dois gols na larga vitória por 6 a 2 sobre o Santos foi com três minutos de jogo, aproveitando um erro bisonho do goleiro Douglas. Foi o quinto triunfo dos baianos em cinco partidas no Barradão.
Flamengo, Barueri e Santo André também precisaram de apenas três minutos. O gol dos cariocas, aliás, mostrou que os goleiros não viveram seus melhores dias. O são-paulino Denis entregou a bola nos pés de Fierro e, para piorar, terminou a jogada atirando-se dentro do gol como quem pula numa piscina (assista ao vídeo). No empate por 2 a 2, Adriano foi vaiado pela torcida no Morumbi, mas, assim mesmo, preferiu não comemorar o gol de pênalti, em respeito à sua passagem pelo clube.
Se o Fla teve a contribuição do arqueiro adversário, Barueri e Santo André chegaram a seus gols-relâmpagos com outro tipo de empurrãozinho. O primeiro recebeu do árbitro um pênalti de presente, convertido por Val Baiano, e ganhou por 3 a 1 do Coritiba. Completou sete jogos de invencibilidade. O segundo contou com a colaboração de Wellington Monteiro, que determinou a derrota por 1 a 0 do Fluminense com seu gol contra.
Cariocas na zona da degola
O Tricolor do Rio faz sua estreia na zona de rebaixamento, ocupando o 18º lugar. Logo acima dele, mas ainda dentro das temidas quatro últimas posições, está outro carioca, o Botafogo. Os alvinegros tiveram 24 horas de alívio, após a vitória por 2 a 1 sobre o lanterna Avaí na noite de sábado - com um gol em cobrança esperta de falta de Juninho, aos 13 minutos.
Foram ultrapassados por Atlético-PR e Sport no domingo. Os paranaenses ganharam por 3 a 2 na Arena da Baixada e puseram um pouco mais de tensão no clima vivido pelo Inter, que caiu para a segunda colocação depois de uma semana com perda dos títulos da Copa do Brasil (para o Corinthians) e da Recopa (para a equatoriana LDU). O colorado Nilmar marcou o seu gol aos nove minutos. Já os pernambucanos bateram o Goiás por 1 a 0 na Ilha do Retiro.
Se o Inter anda tropeçando, Palmeiras e Grêmio já se recuperaram das suas eliminações - nesse caso, na Libertadores - e engataram a segunda vitória consecutiva, marcando sete gols, cada, em dois jogos. O time alviverde, ainda comandado pelo interino Jorginho, firmou sua posição no G-4. Com um gol de Maurício Ramos aos seis minutos, goleou por 4 a 1 o Náutico, que também está estagnado, mas na parte de baixo da tabela.
E os gremistas fizeram sua melhor apresentação no ano ao ganharem por 3 a 0, na volta do Corinthians ao palco do rebaixamento em 2007, o Olímpico. O resultado foi construído por três reservas que tiveram chance de começar jogando: Alex Mineiro (aos 15 minutos), Jonas e Rafael Marques.
