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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Cientista polêmico recria, de forma mais perigosa ainda, o vírus da gripe pandêmica que matou milhares de pessoas. Ele planeja testar em humanos!

Cientista polêmico recria, de forma mais perigosa ainda, o vírus da gripe pandêmica que matou milhares de pessoas. Ele planeja testar em humanos!
O controverso professor Yoshihiro Kawaoka conseguiu recriar um vírus mais perigoso que o da gripe espanhola, que foi extremamente mortal em 1918, a partir da estirpe do vírus da H1N1. A gripe tem potencial para ser mais perigosa ainda, pois é resistente aos anticorpos humanos.


Dr. Yoshihiro Kawaoka, professor de virologia da Universidade de Wisconsin, em Madison, EUA, tem trabalhado com as estirpes do vírus da gripe H1N1 para criar uma nova doença que seja resistente aos anticorpos do sistema imunológico humano.

Muitos críticos afirmam que essa sua experiência é muito perigosa, já que a população mundial ficaria totalmente indefesa contra o vírus. De acordo com os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, o vírus H1N1 provocou uma pandemia entre 2009 e 2010. Segundo os pesquisadores, ela se transformou uma gripe humana regular, que continua circulando pelo mundo sazonalmente. O objetivo de Kawaoka é desenvolver uma nova doença em seu estado de pré-pandemia, a fim de ver como ela mudou ao longo dos últimos quatro anos.

Aparentemente, seu objetivo maior é aperfeiçoar as vacinas contra a gripe do futuro, mas, a fim de alcançá-lo, o cientista quer permitir que o vírus escape do laboratório e entre em contato com o ser humano. "Através da seleção dos vírus e de seu escape sob condições adequadas de contenção, seremos capazes de identificar a identidade das regiões-chave”, afirma o virologista.

Em entrevistas, o pesquisador pareceu desviar do assunto principal quando falou de seu novo projeto. Não se sabe ao certo se isso foi uma estratégia, pois em outras falas ele já havia reconhecido que seu estudo já estava concluído e pronto para a publicação.

O virologista apresentou sua proposta no Instituto de Pesquisa do Vírus Influenza, em Madison, em uma reunião privada com apenas alguns membros do meio científico. Todos ficaram muito chocados com a possibilidade que ele estava propondo. Um cientista que presenciou a apresentação de Kawaoka, explicou que ele havia escolhido estirpes de H1N1 resistentes a anticorpos que se repetiam no processo de mutação. Agora, ele tinha nas mãos um super-vírus que não poderia ser dizimado com uma vacina apenas. "Tudo o que fiz foi perigoso antes, mas este é ainda mais louco”, afirma o cientista.

Funcionários da Universidade de Wisconsin já tranquilizaram o público de que há pouco ou nenhum risco desse vírus escapar do laboratório. Por sua parte, Kawaoka tem defendido fervorosamente seus métodos de pesquisa e os procedimentos de segurança em seu laboratório, dizendo que o trabalho está sendo realizado por cientistas experientes e sob contenção adequada.

O trabalho de Kawaoka tinha sido liberado pelo Comitê de Biossegurança Institucional de Wisconsin, mas alguns membros do comitê, avaliando-o melhor os detalhes, baniram-no novamente e manifestaram preocupação sobre a pesquisa.

Um membro do comitê, Tom Jeffries, foi chamado para trabalhar com Kawaoka para garantir menos perigo aos seres humanos. Porém, o virologista não concordou, alegando que isso minaria sua pesquisa. Kawaoka, de 58 anos, surgiu como uma figura polêmica na comunidade científica, e tem sido denunciado por vários membros da comunidade científica por trabalhar amplamente com doenças infecciosas de alto risco e potencialmente letais.

No mês passado, foi noticiado que sua equipe usou um processo chamado genética reversa para analisar a estirpe da gripe espanhola, que infectou 500 milhões de pessoas, dos quais os primeiros 50 milhões sucumbiram à doença nos anos seguintes à Primeira Guerra Mundial.

O ex-conselheiro científico do chefe do governo do Reino Unido, Lord May, disse: "O trabalho que eles estão fazendo é absolutamente louco. A coisa toda é extremamente perigosa”. Após críticos denunciarem sua pesquisa por ser de alto risco e deveria ser interrompida, Kawaoka defendeu seu trabalho, alegando que era preciso “correr riscos para salvar vidas”.
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