O médico britânico Oliver Johnson, de 28 anos, estava trabalhando em Serra Leoa para fortalecer o sistema de saúde na capital do país, Freetown, quando o surto de ebola atingiu o local. Agora, lutando contra a doença, o jovem falou das condições incapacitantes do trabalho e da tristeza em ver a estado dos infectados.

Mesmo com o risco de contaminação, Johnson contou ao Daily Mail que a vontade de ajudar os pacientes é maior que o medo e que sua equipe tem trabalhado dia e noite tentando ajudar os infectados.

― Estamos conscientes de que há um risco, mas tomamos as medidas de segurança necessárias para evitar o contágio da doença.

O jovem afirma que ficou surpreso com o quanto devastador os sintomas da doença podem ser, já que em questão de um dia o estado de saúde do paciente pode deteriorar tanto ao ponto de levá-lo à morte.

― Um grande número de pacientes de Ebola que vi estavam bem em um dia, relativamente saudáveis e andando. No outro dia, eles estavam mortos.

Por recentemente terem saído de uma brutal guerra civil, Oliver afirma que os habitantes de Serra Leoa ficam desconfiados e têm medo da doença e até mesmo dos médicos que ali estão para ajudá-los.

― A ebola é uma doença nova em Serra Leoa e, quando os primeiros casos surgiram, muitas pessoas não sabiam o que fazer. Quando alguns médicos chegaram, os infectados foram levados para um confinamento, o que fez com que seus familiares não soubesses o que estava sendo feito. Muitos até acreditavam que eles entravam no confinamento para serem mortos.

De acordo com comunicado divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta segunda-feira (4), o número de mortos no pior surto de ebola já registrado no mundo atingiu a marca de 887 pessoas até o dia 1º de agosto, enquanto o número total de casos nos quatro países da África Ocidental afetados chegou a 1603 até a mesma data.