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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Obra de ampliação do Canal do Panamá causa impacto nas florestas

Com a extensão do canal, 500 hectares de área verde vão desaparecer. Por isso, o governo do Panamá desenvolve programas de preservação. A ampliação do Canal do Panamá vai provocar o desaparecimento de quase 500 hectares de florestas, o que levou o governo panamenho a desenvolver programas de preservação na área. Um canal que liga dois oceanos, 26 metros mais alto que eles. Para vencer esse desnível, eclusas e muita água. Água doce que sai do lago Gatún. Além de garantir a operação do canal, o lago Gatún abastece as duas maiores cidades do país: Colón e a capital do Panamá. Cerca de 1,5 milhão de panamenos dependem dessas águas. Com a ampliação, o canal vai precisar ainda mais do Gatún. Por isso, segundo um dos responsáveis pela operação, o governo do Panamá está desenvolvendo programas para preservar a saúde do lago e o abastecimento da população. "A manutenção da bacia do canal é uma questão de longo prazo”, diz Oscar Valarino, gerente de meio ambiente. Mas, no entorno, a floresta encolhe 40 mil hectares por ano. Consequência das queimadas, da ampliação das áreas agrícolas e de pecuária. “Vamos ter anos com mais chuva e outros com mais seca. Vai ser mais e mais difícil para o canal”, aponta o pesquisador Mickel van Breguel. A preocupação dos ambientalistas são os rios e nascentes que alimentam o Gatún. Com a ampliação do canal, o nível do lago vai subir e mais 430 hectares de floresta vão sumir sob as águas. Mas a compensação já começou. Mais de 100 mil árvores nativas já foram plantadas em áreas destruídas. Nas nascentes, os técnicos fazem avaliações mensais da temperatura e do volume da água. As informações colhidas no campo vão para os computadores do instituto que faz pesquisas ambientais no país. Mas os estudos vão muito além da preservação das águas. O Panamá é guardião de uma parte importante da história do planeta. A ilha, no meio do lago, entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, tem tudo a ver com o Brasil. A Ilha de Barro Colorado é um importante centro de pesquisas. No local, os cientistas estudam, principalmente, as plantas e os bichos. Quando essas terras surgiram no mapa, um grande corredor ecológico logo surgiu entre as Américas. Um corredor de muitas trocas genéticas. Não havia ligação por terra entre a América do Norte e a América do Sul. Há cerca de três milhões de anos, uma grande erupção vulcânica no fundo do mar teria criado o chamado Istmo do Panamá, a porção de terra que faltava entre as Américas. O fenômeno modificou correntes marítimas e a geografia da terra, diz o geólogo Anthony George. "Jaguar, javalis, jaguatirica, ursos, lobos, gatos, todos esses que são típicos da América do Sul hoje vieram com o aparecimento do istmo", afirma Anthony George, geólogo do Instituto Smithsonian. Houve também a circulação genética de árvores. A história desse intercâmbio genético inspirou a criação deste museu na capital panamenha. O prédio, que já está em fase final de construção, é a primeira obra do arquiteto Frank Gehry na América Latina. É o mesmo que projetou o Museu Guggenhaim, em Bilbao, na Espanha. O teto de metal, todo colorido, vai abrigar uma coleção interativa. "Um museu que conta o papel que teve o Panamá no desenvolvimento do mundo como conhecemos hoje. O que o museu faz é pegar essa história e traduzi-la para o público em geral ", diz Daniel Montañez, curador do Biomuseo.
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