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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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da sala para as pistas

Em Rondonópolis, estudantes da UFMT criam carro de competição

Foto: Dayane Pozzer/OD

Campus da UFMT em Rondonópolis

Campus da UFMT em Rondonópolis

Desenvolver um veículo de competição, aliando conhecimentos teóricos e práticos. Esse é o objetivo da equipe Baja UFMT, formada por 18 alunos de diferentes períodos do curso de engenharia mecânica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis, sob a orientação do professor William Fernandes Queiroz. Os estudantes pretendem participar, no primeiro semestre do ano que vem, do programa Baja SAE Brasil, concurso de origem internacional que desafia estudantes de engenharia de instituições de ensino de todo o Brasil a construir o melhor protótipo de veículo off-road, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.


O programa Baja SAE no Brasil é organizado e patrocinado pela Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), entidade ligada a SAE International, associação sem fins lucrativos que nasceu em 1905 nos Estados Unidos. O projeto Baja SAE foi criado na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. A primeira competição internacional aconteceu em 1976. No Brasil, a primeira disputa foi realizada pela primeira vez em 1995 e desde então tem crescido gradativamente. Em média, 140 equipes competem todos os anos no mundial e cerca de 80 no brasileiro.

Através da doação de uma estrutura de um veículo off-road, pela Universidade do Rio Grande do Norte, a equipe, formada em 2009, tem a oportunidade de construir um modelo, antes do automóvel que irá competir. Segundo o estudante Danilo Abreu Monteiro, do 6º período, conforme regulamento da competição, uma nova estrutura deve ser montada desde o princípio. “Essa estrutura não serve para competir hoje. Por enquanto é só aprendizado, para depois construir pra valer”, explicou ele.

Conforme o regulamento do programa, para competir o veículo deve ser seguro, barato, durável, leve, competitivo e capaz de manobrar em espaços reduzidos. As equipes precisam entregar um projeto escrito e os protótipos passam por avaliações dinâmicas, que medem o desempenho deles em diversas situações. Os veículos são avaliados nos aspectos de aceleração, velocidade máxima, tração, suspensão, enduro de resistência - quando são submetidos a uma prova com quatro horas de duração -, segurança, ergonomia e se o projeto é comercialmente viável.

Algumas dificuldades, no entanto, são enfrentadas pelos estudantes que querem passar pela experiência. A principal delas é financeira, explica Danilo. “Uma equipe que participa pela primeira vez pode gastar até R$ 30.000. Uma equipe estruturada gasta em torno de R$ 20.000”, explica ele. A equipe busca apoio de instituições públicas ou privadas que estejam interessadas no desenvolvimento tecnológico e no retorno financeiro que o projeto pode trazer.

A falta de um espaço específico para a construção do protótipo também faz parte das dificuldades. “Não podemos utilizar a oficina mecânica do curso porque atrapalha outras atividades”, esclareceu Wagner Oliveira dos Santos, do 6º período. Além de uma oficina, serão necessárias ferramentas, materiais para a construção de uma nova estrutura, como chapas de metal e aço tubular, a transmissão (câmbio) do veículo e o motor padrão estacionário, 10 HP, quatro tempos, único aceito no regulamento. Segundo os alunos, o câmbio pode ser doado por uma empresa canadense que participa do projeto. Neste caso, a equipe ficaria responsável apenas pelo frete do produto. O motor, no entanto, precisa ser adquirido e os estudantes pretendem pedir o patrocínio das empresas que já são parceiras do projeto e também de empresas locais. Em Rondonópolis, o motor chega a custar R$ 2.500,00. Se comprado diretamente do fabricante, a peça custa R$ 1.800,00.

Apesar das adversidades, a equipe acredita que terá condições de participar da competição. O estudante Wagner aponta alguns fatores que considera importante para o aprendizado acadêmico, os quais podem ser conquistados através do projeto. “Podemos colocar em prática o que aprendemos em sala de aula. Aprendemos a trabalhar em grupo. O projeto é uma simulação real do que vamos encontrar na vida profissional”, declarou o participante.

Coordenador do curso de engenharia mecânica do campus de Rondonópolis, Marcelo Mendes Vieira considera que o envolvimento dos alunos é de grande importância para o futuro profissional deles. “No caso do Baja o aluno se envolve com dificuldades de projeto e de execução iguais ao de um projeto profissional. Passam por dificuldades de viabilidade, de adequação aos processos de fabricação a que têm acesso e de reengenharia, quando precisam melhorar um projeto inicial. É um empenho de grande valia”, opina o coordenador.
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