O governo paraguaio responderá a uma nova proposta do Brasil sobre a negociação pela hidrelétrica de Itaipu em um encontro presidencial marcado para 25 de julho (sábado da próxima semana), em Assunção, informou o chanceler Héctor Lacognata em declarações publicadas neste sábado (18).



O Brasil permitiria que o Paraguai venda livremente a energia da usina, uma das mais potentes do mundo, no mercado brasileiro sem a obrigação de operar exclusivamente com a estatal Eletrobrás, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". A mudança seria gradual e seria concluída em 2023.



Sob análise

O chanceler paraguaio Héctor Lacognata afirmou que a nova proposta está sendo analisada pelo presidente Fernando Lugo e que a resposta será conhecida na próxima semana na reunião que se seguirá ao encontro de presidentes do Mercosul.



"Vamos esperar, quando nos firmarmos um pouquinho mais em nossas conversas com o Brasil, e eu me comprometo a dar mais informações na semana que vem", acrescentou, ao ser perguntado sobre os detalhes da iniciativa que implicaria também elevar de US$ 110 milhões para US$ 400 milhões os ganhos paraguaios pela cessão de energia a seu sócio.



Ajuda a vizinho

Com a iniciativa brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva daria apoio político a Lugo, cujo governo passa por águas turbulentas desde o escândalo provocado por denúncias de paternidade quando era bispo da Igreja Católica, as quais minaram sua popularidade.



De acordo com a reportagem de "O Estado de S. Paulo", a avaliação no governo brasileiro é que, sem a ajuda do Brasil, Lugo não conseguiria terminar o mandato. Lugo assumiu o governo há menos de um ano com o compromisso de reivindicar um preço melhor pela energia de Itaipu.


O Paraguai consome cerca de 5% do que é produzido pela usina e o restante é cedido ao Brasil. A venda a outros países é proibida, segundo o acordo.



(Com informações da Reuters e da Agência Estado)