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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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De família flamenguista, cruzeirense promete tatuagem pela tríplice coroa

Catarinense, radicada na Paraíba desde bem nova, de família (quase que) exclusivamente flamenguista. Esta é Raisa Guglielmi, estudante que mora em João Pessoa há 16 anos e que contra todas as previsões e possibilidades se tornou uma cruzeirense fanática. Ela não tem qualquer ligação com Minas Gerais, não tem familiares mineiros, mas costuma se chamar de a “Ovelha Azul” da família. Há oito anos ininterruptos, inclusive, costuma pintar o seu cabelo de azul, em homenagem à Raposa. E na perna direita tem tatuada o símbolo do Cruzeiro, outra prova de amor pelo clube do coração. Agora, depois do título brasileiro e na véspera da segunda final da Copa do Brasil, ela faz outra promessa: vai fazer uma outra tatuagem, desta vez em homenagem à “tríplice coroa”, caso o time consiga nesta quarta-feira reverter o placar de 2 a 0 que atualmente está a favor do arquirrival Atlético-MG e vença também a Copa do Brasil (no ano, a Raposa já venceu também o Campeonato Mineiro).


Tudo começou em 1996, quando Raisa tinha apenas cinco anos. Apesar de toda família torcer para o Flamengo, e ser fanática pelo Rubro-Negro, a ponto de tentar convencê-la a seguir a tradição familiar, ela se encantou mesmo foi pelo time mineiro. E curiosamente, após um outro título de Copa do Brasil, quando a equipe passou pelo Corinthians na final. Desde então, ela não parou mais de acompanhar o time:


- Parte da família é paraibana, a outra é catarinense, e todos são flamenguistas: meu pai, minha mãe, meu irmão. Só eu que sou cruzeirense e nem tenho qualquer ligação com Minas Gerais além do meu amor pelo Cruzeiro. Gosto de dizer que eu sou a Ovelha Azul da família – explicou orgulhosa.

 Por causa da distância, a torcedora dificilmente consegue acompanhar os jogos do time de dentro do estádio. Mas ressalta que um dos momentos mais importantes de sua vida como torcedora foi na Copa dos Campeões de 2000 e 2001, quando parte das disputas foi em João Pessoa. Ela montou acampamento no hotel onde estava o clube e pôde acompanhar diversos jogos da Raposa. Mas a melhor parte para ela foi conhecer o seu maior ídolo à época: o argentino Juan Pablo Sorín.


- Já fui a jogos em Santa Catarina, Minas Gerais e aqui em João Pessoa. Na Copa dos Campeões, eu era bem pequena, fui com minha mãe e meu irmão. Era estranho porque eu ficava lá torcendo sozinha, mas isto não me impedia de torcer – disse.

Um dos grandes problemas da distância foi o de conseguir produtos do time. Em 1998, ela teve que “virar a cidade de cabeça para baixo”, conforme disse, para encontrar uma camisa do Cruzeiro. E quando conseguiu, a camisa era grande demais para uma garota de sete anos, mesmo assim, ela ficou com o uniforme, que continua enorme para ela.

Santuário raposeiro


Com o tempo, e com a ajuda de viagens e da internet, ficou mais fácil adquirir os produtos do time mineiro. E aos poucos, o quarto da torcedora se transformou numa espécie de “santuário azul”: bandeira na parede, lixeiro, balde de pipoca, canecas, bonecos, agendas, álbum, sandália, revistas, mochila, gorro, cordão. No guarda-roupa ainda tem 12 camisas do clube e na porta do quarto os visitantes são recebidos por um aviso pendurado: “Aqui dorme uma cruzeirense”.


Raisa tem até coisas que não usa, como uma pochete, e uma sapatilha de balé. O primeiro foi cobrado e o segundo foi um presente de uma amiga. Mas ela guarda tudo com carinho e garante que a coleção ainda vai aumentar.


- É difícil comprar daqui, mas quando eu viajo e encontro coisas do time eu sempre compro. Chaveiro, imãs de geladeira, capas de celular, qualquer coisa que lembre o time - declarou.


No banheiro, ainda é possível ver uma toalha do Cruzeiro e as tintas que ela usa para pintar o próprio cabelo de azul.

Cruzeirense na Aurora Boreal


Em agosto do ano passado, a estudante ganhou uma bolsa, através do programa Ciências Sem Fronteiras, e passou uma temporada na Noruega. Lá, o jeito era apelar para a internet, mas por causa do fuso horário, ela tinha que passar a madrugada acordada, já que as partidas começavam às 3h. Raisa contou que costumava gritar muito, mas nunca recebeu nenhum tipo de reclamação dos vizinhos. 

Do Cruzeiro, ela levou casaco, gorro, cachecol, camisas e a inseparável bandeira azul com o escudo do clube, que foi colocada na janela do apartamento onde morava e geralmente a acompanhava pelas viagens pela Noruega e também pela Europa.


- Eu colocava a bandeira na janela, e vez ou outra, escutava algum norueguês tentando ler o nome do time. Ela só saía de lá para me acompanhar nas viagens. Para todo canto que eu ia, eu levava a bandeira e tirava uma foto com ela. Uma das mais especiais foi no norte da Noruega, onde é possível ver a Aurora Boreal. Foi o motivo por eu escolher um país nórdico. Sempre sonhei em ver de perto o fenômeno – revelou Raisa, que após presenciar o momento, fez uma tatuagem no braço esquerdo da Aurora Boreal.


Tatuagem da Tríplice Coroa


Este ano, o Cruzeiro tem chances de conquistar mais uma vez a tríplice coroa, como fez em 2003, quando foi campeão do Campeonato Mineiro, do Brasileirão e da Copa do Brasil. Caso isto aconteça de novo, Raisa promete fazer uma tatuagem para homenagear o feito do time. 


- Eu quero fazer umas linhas formando as taças, as mais importantes do Cruzeiro. Esta perna vai ser toda Cruzeiro. Ainda tenho uma Raposa para fazer – contou, mostrando a perna direita. 
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