Olhar Direto

Segunda-feira, 20 de maio de 2024

Notícias | Economia

Associação quer eliminar medidas protecionistas para superar crise

Os ministros de Comércio dos 21 países do Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês) se comprometeram nesta terça-feira a eliminar o protecionismo como forma de sair da crise e estimular o crescimento econômico.


O compromisso impede os signatários, entre eles os Estados Unidos, a Rússia e a China, "de adotarem novas medidas" que possam prejudicar o comércio exterior ou os investimentos estrangeiros, embora estas normas sejam legais dentro do marco da OMC (Organização Mundial do Comércio).

As informações foram antecipadas à agência de notícias Efe por vários dos delegados que participam da reunião ministerial, realizada hoje e amanhã em Cingapura.

"Este é um acordo formal para efetivar o compromisso de não introduzir novas medidas protecionistas, adotado pelos líderes do Apec em novembro", afirmou Carlos Furche, diretor-geral de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria do Chile.

A previsão é de que o acordo seja anunciado amanhã, durante a jornada final do encontro, junto a um pedido para que a comunidade internacional retome o mais rápido possível as negociações da Rodada Doha da OMC, paralisadas em 2008.

As delegações presentes no encontro do Apec consideraram que a liberalização do comércio promovida pela Rodada Doha é um incentivo essencial para estimular a recuperação mundial e previram que, no melhor dos casos, poderia haver um acordo sobre o tema até o fim de 2010.

"O comércio estimula o crescimento e o que o mundo necessita agora, mais que qualquer outra coisa, é crescimento", disse o ministro do Comércio australiano, Simon Crean.

A Rodada Doha, que tem o objetivo de liberalizar o comércio internacional e fomentar o desenvolvimento das economias menos desenvolvidas, foi iniciada em 2001, mas teve vários fracassos, devido às posições opostas dos países industrializados e das potências emergentes.

Os primeiros defenderam a necessidade de liberalizar o setor de serviços e manter as barreiras alfandegárias aos produtos agrícolas, enquanto os países em desenvolvimento lutam pelo contrário.

"A melhor resposta para sair da crise é a rápida conclusão da Rodada Doha. É uma oportunidade", afirmou o ministro do Comércio da Coreia do Sul, Kim Jong-hoon.

Furche ressaltou que um eventual acordo nas negociações da Rodada de Doha frearia o avanço do protecionismo e "reforçaria o otimismo diante das expectativas de recuperação da economia global".

A Rodada Doha teve destaque no encontro do Apec, devido à participação de Pascal Lamy, diretor-geral da OMC, como líder da conferência.

O encontro ministerial do Apec começou uma semana depois que o G8 (grupo formado pelos sete países mais industrializados e a Rússia) decidiu reiniciar os contatos entre os países, para reativar as negociações da Rodada Doha até 2010.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou recentemente que o reatamento das conversas também é uma das prioridades da próxima reunião do G20 (grupo que engloba as 20 principais economias emergentes do mundo), prevista para setembro, em Nova York.

O Apec é formado por 21 economias de volumes diferentes do arco do Pacífico, que vai dos Estados Unidos à China, passando por Cingapura, Rússia, México, Peru e Chile. O grupo engloba mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e movimenta cerca de 44% do comércio internacional.

O Apec deve realizar outra cúpula de chefes de Estado e governo em novembro, que centrará também na recuperação econômica global, de acordo com o lema eleito pela Presidência rotativa ocupada por Cingapura: "Mantendo o crescimento, conectando a região".
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet