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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Lais Souza vislumbra Paralimpíadas, mas diz que "plano A" é voltar a andar

"Sonhar, viver e todo dia agradecer. Rezar para você (a esperança) ser a última a morrer". Os versos são da banda Aliados 13 e refletem o pensamento de Lais Souza, ex-ginasta que se acidentou há pouco mais de um ano quando treinava para buscar a vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno, na prova de esqui aéreo. Sua evolução física supera quaisquer perspectivas que os médicos tinham, e a ex-atleta não desiste do principal sonho: voltar a andar:


- Quero estar bem fisicamente para poder voltar a andar, que é o plano A - disse, em entrevista exclusiva ao SporTV News.

Outro objetivo na vida de Lais para um futuro próximo é se encaixar em alguma modalidade paralímpica. Segundo a própria atleta, os movimentos que consegue fazer ainda são pequenos para sonhar ser competitiva, mas ela não pensa em desistir:

- Ainda não tem um esporte que eu consiga me encaixar porque meu movimento é muito pequeno, mas a gente está de olho em alguma coisa. Vamos ver alguma coisa com remo ou bike. Ainda estamos encaminhando, são projetos e talvez eu consiga me encaixar em alguma coisa - disse a atleta de 26 anos, que já consegue sentir algumas partes dos pés e da perna, algo impensável após o acidente.

Ao término da entrevista, uma surpresa para Lais. Sua amiga de infância e parceira de treinos tanto na ginástica como no esqui, Josiane Santos, foi chamada no estúdio. As duas fizeram um dueto e cantaram a música "Esperança", da Banda Aliados 13. Nos versos mais tocantes da canção, frases de superação, como "Não adianta fugir, não adianta chorar. E se um dia ela sumir (a esperança) nada mais irá sobrar". A esperança de Lais é de conseguir fazer coisas simples:
 - Os sonhos mudam, os desejos mudam. Antes eu tinha um sonho de ter um carro, uma casa, agora, no momento, meu sonho talvez seja tomar um banho, me espreguiçar na cama, um pequeno movimento que talvez a gente não dá valor...Talvez esse seja meu sonho - disse Lais.


Os últimos 12 meses foram dolorosos para Lais. Até dezembro, a ex-ginasta ficou nos Estados Unidos se tratando no Jackson Memorial Hospital, em Miami. Cada movimento novo é sinônimo de alegria:


- Nesse ano tive várias coisas, vários muros que eu tive que ultrapassar. Um deles foi voltar a me alimentar sozinha, sem ser por sonda. O mais complicado foi voltar a respirar sem a  ajuda dos aparelhos. Minha lesão foi muito séria, eu estou melhorando muito, mas ao mesmo tempo, é crítico. Eu tive bastante melhora na minha sensibilidade, mas é correndo atrás que eu vou melhorar. Me sinto um milagre por estar dentro deste estudo - disse, se referindo às aplicações de células- tronco a que foi submetida nos Estados Unidos.

ENTENDA O CASO


No dia 27 de janeiro de 2014, Lais treinava com Josi Santos e o técnico Ryan Snow em uma pista de esqui em Salt Lake City.  Naquela segunda-feira, Lais perdeu o controle dos esquis e chocou-se com uma árvore, o que provocou uma torção na coluna cervical. O primeiro boletim médico divulgado pelo Time Brasil confirmava a perda dos movimentos dos braços e pernas, mesmo após as cirurgias que realinharam a coluna. Lais superou o risco de morte, conseguiu respirar sem a ajuda de aparelhos e deixou a UTI, sendo depois transferida para o Jackson Memorial Hospital, em Miami.
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