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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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"Não há tempo a perder", "cronograma agressivo": as frases do COI no Rio

Foto: (Foto: André Durão)

Circuito de canoagem slalom: 'esquibunda

Circuito de canoagem slalom: 'esquibunda" depois dos Jogos, se depender do prefeito

Três obras que preocupam para os eventos-teste, crença na meta de tratamento de 80% do esgoto da Baía de Guanabara e na conclusão da linha 4 do metrô, atenção à possibilidade da Operação Lava Jato afetar construtoras e até um protesto. Foi uma semana cheia para os membros da Comissão de Coordenação (CoCom) do Comitê Olímpico Internacional, que estiveram no Rio para a oitava visita, quando trataram da preparação da cidade para os Jogos de 2016, daqui a 18 meses.     



As declarações dos dirigentes do COI geralmente começam com elogios sobre o progresso das obras e terminam em preocupações. Os trabalhos no velódromo, na pista de cross country do Centro de Hipismo e no campo de golfe preocupam para os eventos-teste. O do hipismo será em agosto, o do golfe em novembro e o do velódromo, apenas em março do próximo ano. Esta última, cuja construtora passa por recuperação judicial, sofreu duas notificações da prefeitura desde o ano passado para que aumentasse o ritmo das obras. O atraso de três semanas divulgado no final do ano passado foi diluído, segundo o prefeito Eduardo Paes. Mas não pode mais atrasar, segundo o político.

A Comissão volta ao Rio em agosto, quando estão previstos seis eventos-teste: além do hipismo, triatlo, remo, vela, ciclismo de estrada e maratona aquática. É possível que o Estádio de Remo da Lagoa ainda esteja passando por reformas, que estão prestes a começar e têm previsão de duração de oito meses. O COI também vai saber se o tratamento de esgoto na Baía de Guanabara e as obras da linha 4 do metrô avançaram. Provavelmente o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) estará acreditado pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Também será definida a possibilidade de duas piras olímpicas – uma no Maracanã e outra no Engenhão, questão levantada pelo GloboEsporte.com. 


O presidente Thomas Bach esteve diante de diferentes interlocutores. Se reuniu com a presidente Dilma Rousseff em Brasília por quase duas horas, respondeu a uma sabatina de universitários, tentou dialogar com ativistas ambientais e voltou aos tempos de atletajogando esgrima com crianças. Neste domingo, assistiu a um torneio de vôlei de praia em Copacabana e, por fim, participou da inauguração do Túnel 450.   


Confira em frases como foi a visita do COI ao Rio:


Obras que preocupam


"Estamos impressionados com o progresso das obras. Entretanto, o Rio precisa alcançar um nível de planejamento. Com 21 eventos-teste programados para este ano, o Rio tem muito para entregar enquanto se prepara para os Jogos. O campo de golfe, o velódromo e a pista cross country do hipismo têm cronogramas muito agressivos que precisam avançar nos próximos meses. Acreditamos que isso possa ser cumprido"- Nawal El Moutawakel, presidente da Comissão de Coordenação do Rio 2016.  


"O velódromo é uma obra que exige muita pressão, mas a gente já recuperou o atraso que foi anunciado. Mas não pode atrasar mais" - Eduardo Paes, prefeito do Rio.


“O Comitê Organizador tem que manter a velocidade na preparação dos jogos. Vimos que muito tem que ser feito no Rio. Não há tempo a perder. Mas estamos confiantes” – Thomas Bach, presidente do COI.  


"Alguns atrasos são normais. Sempre aconteceram nas Olimpíadas" - Luiz Fernando Pezão, governador do Rio.

Duas piras em 2016?


"Nada está decidido ainda. Vamos sentar com o COI para discutir. Não é uma questão de gosto pessoal. Temos que abrir a questão e discuti-la. Isso vai ser decidido na próxima reunião do COI (em agosto)" – Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Rio 2016.  


“Sou a favor de uma solução onde as pessoas possam ver que a chama olímpica está na cidade e que permita ao povo sentir o espírito olímpico” – Bach.  


Baía de Guanabara


"Eu estou satisfeito em ver que graças aos Jogos há um progresso, mesmo que não seja suficiente. Antes, o tratamento de esgoto estava em 11%, e agora já está em mais de 50%. O estado está trabalhando para atingir 80%. Eles sabem que precisam manter os trabalhos acelerados. Sem os Jogos, isso não teria acontecido" – Bach.


"Não há nenhuma decepção porque nos deram garantias. O governo estadual do Rio de Janeiro disse o objetivo final ainda é a meta de 80%" – Nawal.


"Estamos todos trabalhando para essa meta de 80%. Não podemos falar nada até a linha de chegada. É como uma prova esportiva" – Christophe Dubi, diretor-executivo do COI para os Jogos Olímpicos. 

Linha 4 do metrô

"O que é formidável no Rio é que (o governo estadual) sofreu um desafio muito grande e o tempo foi recuperado pela máquina de perfuração (o Tatuzão). Acho que não há risco na entrega. Está previsto para ficar pronto em junho (de 2016) e o desempenho é fantástico. Esse projeto está nos trilhos" – Dubi, fazendo um trocadilho involuntário.

A indesejada canoagem slalom


"Com relação ao parque da canoagem, eu não estava satisfeito em ter essa modalidade aqui, mas tivemos que fazer por conta dos compromissos assumidos" - Nuzman.  

"Você acha que eu quero fazer um rio para o cara descer de canoa igual a um tarado durante uma semana? Esse rio vai virar um parque (depois dos Jogos). Vai ser "esquibunda" pra molecada da Baixada e da região de Ricardo de Albuquerque e Anchieta" – Paes. 

Era o dinheiro... 

"Muito progresso foi feito. Estou mais relaxado. Talvez o dinheiro tenha começado a fluir. Imagino que tenha sido sempre uma questão" - John Coates, vice-presidente do COI, que em abril do ano passado disse que a preparação do Rio era a pior que ele tinha visto.

Operação Lava Jato e obras olímpicas

"A questão foi tomada de uma forma bastante proativa e a explicação que nos deram é que a cobertura da imprensa é muito grande e eles querem ser transparentes. Todas as instalações estão sendo construídas por consórcios que dão garantias de robustez. Não podemos especular nada. O que o Comitê nos garantiu é que não há problemas" – Dubi.  

"As empresas que tenham algum envolvimento na Lava Jato, se elas cometeram algum desvio, isso aconteceu em outro ambiente. O que eu posso garantir é que nas obras das Olimpíadas tocadas pela prefeitura foi tudo feito com a maior lisura" – Paes.


"A Petrobras não é patrocinadora dos Jogos e não tem nenhuma interferência neles. Nenhuma obra foi atrasada por quaisquer empresas" – Nuzman.  


“Estamos observando essa situação com muito cuidado, porque obviamente somos parceiros do seu país. Não somos apenas um grupo que vem aqui e pede para organizar os Jogos. Nossa atitude é diferente. Queremos trabalhar em equipe com o Brasil e, depois da cerimônia de encerramento, sair sabendo que deixamos um legado positivo" – Bach.

Desafio Paes x Bach, parte 1


"Eu quero fazer um desafio ao presidente Bach. Na entrevista ao Jornal Nacional ele disse que ia encontrar alguns peões saindo do estádio quando ele estiver entrando. Eu vou fazer com que ele não encontre nenhum" – Paes.


"Eu aceito este desafio e será um prazer perder essa aposta" - Bach.


Desafio Paes x Bach, parte 2 – o campo de golfe


"Eu odiei ter que ter feito esse campo de golfe. Mas, infelizmente, todos os pareceres diziam que nem o Gávea Golf, nem o Itanhangá serviam. Não era o meu objetivo fazer um campo de golfe. Por isso fiz uma parceria com a iniciativa privada" – Paes.

"Em relação ao golfe, fico um pouco surpreso, porque o prefeito, como todos sabem, colocou alguma pressão na construção deste campo. Tenho certeza que pensou muito antes de construí-lo" – Bach. 

Ainda o campo de golfe


“Me informaram que a irrigação desse campo não afeta os recursos de água potável. É uma água reaproveitada. O campo tem uma área para resíduos e pelo o que eu fui informado a parte da reserva natural que foi utilizada foi devolvida pela natureza e recuperada. E o campo foi financiado pelo setor privado” – Bach. 

"É um inquérito para apurar responsabilidade. Eu tenho uns 500 desses, fazer o quê? A gente concedeu à construtora a volta do Plano Piloto Lucio Costa. É o que está na lei lá atrás. Você dava o mesmo potencial construtivo, mas não dava a altura. A gente calculou isso. Antes a gente chamou a imprensa do mundo todo. Isso é a coisa mais transparente da face da Terra. É natural que se alguém tiver dúvidas investigue. Eu tenho toda a tranquilidade. Não tem problema nenhum. Não é excesso de zelo do Ministério Público, é o papel dele. Tem que entender que a cidade tem opiniões diferentes" – Paes, sobre um inquérito aberto no MP para investigar um possível favorecimento à construtora do campo de golfe, a Fiori.   

A cidade nos Jogos

"Não quero que as pessoas saiam da cidade (durante os Jogos). Quero que elas fiquem. Mas é óbvio que a mobilidade estará muito afetada" – Paes.


"Vamos fazer, a princípio, três live sites, com palcos e shows. Na região portuária, no Parque Madureira, e outro provavelmente no Miécimo da Silva, em Campo Grande" – Paes. 


"Teremos uma cidade antes e outra depois dos Jogos, com nova infraestrutura muito necessária porque não houve grandes obras nas últimas décadas. Portanto, os Jogos são uma oportunidade de realizar um sonho antigo dos cariocas, de ir de Ipanema para a Barra de metrô, por exemplo" – Bach. 


Segurança


"Temos que analisar o que acontece em todas as cidades no mundo. Não temos aqui atos de terrorismo e extremas ações" – Nuzman, respondendo a uma pergunta sobre a violência urbana no Rio de Janeiro. 


"Os Jogos não podem garantir a segurança da cidade pelos próximos 10 anos. Estamos tratando da segurança durante os Jogos" – Bach. 

Protesto


"Nossa cidade está sendo devastada! Acabaram com a reserva ecológica da Barra da Tijuca!" - manifestante dentro do lobby do hotel aonde o COI se reuniu. Ela não quis se identificar. 


"Vocês querem falar? Querem tentar?" - Thomas Bach, ao se aproximar dos manifestantes do lado de fora do hotel. 


"COI, go home!" ("COI, volte pra casa!") - manifestantes para Bach, que sem diálogo, se retirou.
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