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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Gaúcha faz rifa para arrecadar dinheiro e comprar remédio que custa R$ 250 mil para tratar câncer raro

Gaúcha faz rifa para arrecadar dinheiro e comprar remédio que custa R$ 250 mil para tratar câncer raro
Com o apoio da família e amigos e conquistando a solidariedade e ajude de desconhecidos, a advogada gaúcha Giovana Kreitchmann Cavalcanti, de 25 anos, diagnosticada com um câncer raro na glândula salivar em 2012, começará a tratar a doença com um medicamento novo, que estimula o organismo a combater a enfermidade, na segunda-feira (6). Não faz muito tempo que ela lançou uma campanha na internet para arrecadar recursos para custear um tratamento, de valor bem elevado, mas que pode significar a cura. Com metade do dinheiro arrecadado, ela poderá dar início ao tratamento.


Mas a campanha continua. Quatro doses do remédio devem ser importadas dos Estados Unidos, no custo total de R$ 250 mil. Para alcançar o valor, a moradora de Porto Alegre e um grupo de amigas conseguiram prêmios de luxo para rifas que serão sorteadas em julho.

A página no Facebook “Gi - Nocauteando o Câncer” (clique aqui) já tem mais de 18 mil curtidas. Com a grande repercussão, Giovana conseguiu cerca de 40 prêmios para as rifas. Serão sorteados um anel e colar de ouro, um mês grátis de academia e de pilates, vouchers em lojas e jantares, entre tantos outros agrados para quem estiver disposto a ajudar.

O câncer de Giovanna é o Carcinoma Mioepitelial de Parótida, um tumor raro que se desenvolve nas glândulas salivares. Nela a doença começou no pescoço e se espalhou por ossos, pulmão e cérebro, caracterizando metástase.

“Infelizmente o tumor da Giovana se espalhou para outros órgãos.  A gente sabe que devem existir em torno de 500 casos ou menos no mundo inteiro dessa doença e na maioria das vezes essa doença é localizada, não é uma doença que se espalha, então isso torna o tratamento da Giovana muito desafiador, muito difícil”, afirma o médico André Fay.

A jovem não conseguiu os resultados esperados com a quimioterapia e radioterapia convencionais. Com isso, os médicos sugeriram o medicamento Nivolumab, que não é comercializado no Brasil. Cada dose custa pouco mais de R$ 20 mil, além dos custos para a importação.

“Essas medicações estão mostrando resultados muito promissores em outros tipos de doença que não a da Giovana. A gente tem resultados em melanomas, câncer de rim, câncer de pulmão, câncer de bexiga”, explica o oncologista. “Nós não temos certeza se essa medicação vai funcionar, mas a gente acredita que se ela tiver naquele grupo de pacientes que responde a esse tipo de tratamento, esse tipo de droga pode ter um benefício e um controle importante na doença dela”, acrescenta.

Giovana, a família e amigos confiam. “Nós sabemos que ela vai conseguir porque nos temos fé, ela me ensinou a ter muito mais fé do que eu tinha antes”, comenta o pai Eduardo Cavalcanti. “A gente se dá muito bem. Eu e Deus”, diz Giovana.

“E ao invés de me desmotivar eu penso, esse é o remédio que vai me curar, esse é o remédio que eu vou tomar como se fosse a última chance da minha vida e vai ser. Eu não recebi, mas eu já sinto como se está me curando. Todas essas pessoas que estão me ajudando, dando R$ 20 reais, curtindo a minha página, compartilhando, é uma energia que ela entra dentro de mim e ela me cura, sabe?”, confia.

Dentro dos ringues
Giovana teve de largar a sua grande paixão, o boxe, em outubro do ano passado. Sem fôlego para lutar e devido a recomendações médicas, ela precisou parar com o esporte. Mas garante que, no futuro, irá voltar.

A rotina nos ringues começou cedo, aos 18 anos, quando também iniciou a faculdade de direito. Concluiu o curso, mas não chegou a exercer a profissão. Ia direto das aulas para a academia. Se pudesse, conta ela, treinaria manhã, tarde e noite. Considerada uma lutadora habilidosa, chegou a nutrir o sonho de virar boxeadora profissional e viver do esporte. E é justamente amparada nessa paixão que ela encontra inspiração para batalhar contra o câncer. Quer voltar a vestir as luvas e entrar nos ringues.

"(O boxe) É tudo para mim. É o que tem me feito vencer desde o início. Minha força. Cada um busca em uma coisa, eu busquei no boxe. Quando eu descobri o câncer, eu descarregava tudo no saco. Não trazia nada para casa. Depois fiquei impossibilitada devido ao pulmão”, relembra.

Mesmo sem ter feito aparições como profissional, o boxe lhe rendeu um bom condicionamento físico, várias lutas na academia, além de o início de uma amizade, com Acelino "Popó" Freitas, campeão mundial de boxe pela Organização e pela Associação Mundial de Boxe. Quando visitou a capital gaúcha, em 2011, o ex-pugilista foi até a academia onde a jovem treinava e convidou os atletas para um desafio no ringue. Ninguém aceitou - exceto Giovana (veja o vídeo da luta ao lado).

“Além de ser espancada e tentar espancar ele, a gente fez uma grande amizade, ele me liga, a gente fala, ele me conforta muito. Eu sei que isso que eu estou passsando é uma fase”, completa Giovana, que diz que sonha em retribuir a visita a Popó e treinar em sua academia, em Salvador, na Bahia.
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