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Sábado, 17 de agosto de 2024

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Ex-mulher de Janene diz à CPI que desconhecia contas no exterior

Em depoimento à CPI da Petrobras, a ex-mulher do ex-deputado José Janene (PP-PR), Stael Fernanda Janene, disse nesta terça-feira (14) não ter conhecimento sobre contas no exterior em nome do ex-marido, implicado no mensalão petista e suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção na estatal.


Ela contou aos deputados que não participava da vida política nem dos negócios de Janene, morto em 2010. Segundo Stael Fernanda, o casal se separou um ano e dez meses antes da morte dele.

“Nem casado ele falava sobre negócios, não falava em dinheiro comigo, a não ser que as coisas estavam ruins”, justificou. “Sei muito pouco sobre a vida dele, porque nos anos antes da separação já eram uma preparação para a separação. Então, se ele fosse fazer qualquer coisa errada, ele não iria confiar a mim”, alegou.

Ela confirmou conhecer o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, mas disse que se relacionava apenas socialmente com ele, que é padrinho de batismo do filho mais novo dela com Janene. Ela contou não saber se Janene e Youssef mantinham algum negócio juntos ou se o doleiro tinha alguma procuração em nome do Janene para que movimentasse contas bancárias no exterior.

“Era uma relação de amizade, de compadre, ele ia jogar baralho em casa. Depois que me separei, perdi contato. E, quando o Janene faleceu, aí eu perdi completamente”, afirmou.

Ela negou levar uma vida luxuosa. “Me causa até surpresa. Quem conheceu o Janene sabia que ele era simples. [Notícias sobre] milhões e milhões, é uma coisa que não posso acreditar levando em conta que ele reclamava da conta da verduraria. Então, eu nunca entrei numa loja de grife para comprar uma bolsa”, disse.

Questionada se chegou a assinar algum documento relativo a banco ou transação bancária, ela disse não se recordar. Ela não descartou, porém, que tenha assinado algo sem ler a pedido do ex-marido.

“Vou ser sincera. Eu não vou afirmar que não tenha assinado nenhum documento sem ler, ele não iria esperar eu ler, ele não iria deixar eu ler. Quem o conhecia sabe como ele era. Acredito mesmo que não [tenha assinado], porque nunca vi nada parecido, não me lembro de ter assinado nada neste sentido”, contou.

A expectativa era de que o depoimento dela também servisse para a CPI esclarecer dúvidas acerca da morte do ex-parlamentar do PP. Em maio, a comissão chegou a cogitar a possibilidade de pedir a exumação do corpo de dele, diante de informações de que ele estaria vivo, na América Central. Stael Fernanda, no entanto, disse não ter suspeitado que ele ainda estivesse vivo. “Nunca tive essa dúvida [de que ele estivesse morto]. Eu não sei de onde surgiu isso, me pegou de surpresa. Participei de toda a cerimônia do velório dele”, afirmou.
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