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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Quebra de sigilo bancário, risco de extradição e cadeia: a semana 'quente' de Ricardo Teixeira e Marin

O cerco fechou definitivamente para José Maria Marin e Ricardo Teixeira. A dupla de ex-presidentes da CBF viveu, desde a quinta-feira da semana passada (9), uma das semana desconfortáveis de suas confortáveis vidas.


Os dois estão na mira do FBI e da justiça dos EUA na investigação sobre corrupção e fraude envolvendo a Fifa e várias empresas ligadas à entidade.

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Preso na Suíça e 'abandonado' pelos colegas brasileiros - a CBF até tirou seu nome da sede no Rio - Marin prestou esclarecimentos à polícia da Suíça pela primeira vez na última terça-feira (14). O conteúdo do depoimento não foi divulgado, mas o dirigente vê se aproximar o dia de sua extradição para os EUA. O pedido para que ele seja transferido foi feito pelos americanos em 2 de julho.

"Marin e outros foram questionados esta semana se concordam ou não com uma extradição simplificada", disse uma fonte legal suíça à Reuters. "O resultado é desconhecido".

O jornal O Estado de S. Paulo destacou que Marin não aceitou ser extraditado. A recusa do cartola obriga a Justiça da Suíça a abrir um novo procedimento para analisar o caso. O martelo nessa instância só será batido em 13 de agosto.

A defesa de Marin alega que não há provas suficientes para justificar a extradição, mas os súiços dizem o contrário. O brasileiro ainda tem mais duas instâncias para recorrer caso sua recusa não seja aceita. Se o processo correr dessa forma, a decisão final pode acontecer apenas no final do ano. Até lá, Marin deve permanecer encarceirado na Suíça.

Segundo o The Wall Street Journal, o único extraditado para os EUA nessa semana foi o ex-vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman. Ele concordou com o processo e a transferência deve acontecer dentro dos próximos dez dias. Ao lado de Marin, Webb foi um dos sete dirigentes presos pela polícia suíça em operação realizada num hotel de luxo de Zurique, em 27 de maio,  dois dias antes do Congresso da Fifa em que Joseph Blatter foi reeleito para seu quinto mandato. Blatter abriu mão do cargo três dias após a eleição.

Marin e os outros 6 dirigentes estão presos em centros de detenção diferentes na Suíça, para que seja impossível a comunicação direta entre eles.

Quem andava meio desaparecido dessa confusão toda era Ricardo Teixeira. O cartola, porém, teve o sigilo bancário quebrado na terça-feira (14), junto com sua filha Antonia, de 14 anos. A informação é do colunista Lauro Jardim.

O procedimento foi um pedido da Promotoria Pública Federal de Nova Iorque e foi executado pelo juiz Marcelo Pereira, da 9ª Vara Federal Criminal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo).

Os promotores americanos acusam Teixeira de lavagem de dinheiro, estelionato, apropriação indébita e concorrência desleal. Além das contas-correntes e aplicações, todas as movimentações financeiras feitas por Teixeira nos últimos anos serão investigadas a fundo.

Vale lembrar que Teixeira renunciou ao cargo de presidente da CBF em 12 de março de 2012. O cartola também deixou a presidência do COL (Comitê Organizador Local), da Copa do Mundo de 2014. A saída das duas entidades aconteceu bem antes da realização do Mundial e da Copa das Confederações de 2013, torneios idealizados por ele.

Uma reportagem da rede inglesa BBC mostrou que ele e seu ex-sogro, João Havelange (presidente da Fifa entre 1974 e 1998), tiveram que pagar multa de R$ 8,9 milhões em 2011 para escaparem de processo por recebimento de propina.

Além de Teixeira, outro personagem emblemático na história recente da CBF também não tem tido vida fácil. Atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero está no meio de uma onda de protestos contra a Confederação. Atacado de todos os lados, ele se recusa a renunciar.

Del Nero 'vazou' da Suíça no dia seguinte à prisão de Marin. Voltou para o Brasil e não saiu mais do País desde então. Esteve ausente, por exemplo, da campanha brasileira na Copa América, no Chile.

O presidente, porém, parece que não vai ter como escapar de voltar à Suíça, onde é aguardado ansiosamente pela Justiça. Ele deve participar de reunião na sede da Fifa no próximo dia 20, quando será marcada nova data para eleição para a presidência da entidade.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Del Nero poderá ser interrogado pelos suíços quando estiver por lá. Ele seria personagem importante nas investigações sobre corrupção na escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, vencidas por Rússia e Qatar, respectivamente.
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