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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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José Aldo joga capoeira e distribui brinquedos e carinho a jovens da Maré

Foto: Adriano Albuquerque

José Aldo joga capoeira e distribui brinquedos e carinho a jovens da Maré
A vida não é fácil para os moradores do Complexo da Maré, conjunto de comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro. A região vive em meio a disputas entre facções criminosas, e entre policiais e criminosos. Crianças são, invariavelmente, as principais vítimas da guerra, seja como recrutas do crime, seja como inocentes pegos no meio da linha de tiro. Nesta segunda-feira, 12 de outubro, data em que se celebra o Dia das Crianças, esses jovens tiveram um breve alento nessa rotina, ao receber a visita do campeão linear do peso-pena do UFC, José Aldo. O lutador, que apadrinha um projeto social no Conjunto Esperança, uma das comunidades que forma o Complexo, levou montanhas de brinquedos para distribuir às crianças.


O Ginásio da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, sede da Escola de Lutas José Aldo, estava lotado à espera do ídolo, que chegou por volta de 10h da manhã (horário de Brasília), acompanhado da esposa, Viviane, e da filha, Joana. Bastante à vontade, o lutador atendeu a inúmeros pedidos de fotos com um largo sorriso no rosto. Entre uma foto e outra, interagia com as crianças e seus parentes, ouvindo de todos eles suas histórias e pedidos.

- É aqui que me sinto bem, de estar no meio deles. Saí de comunidade, fui humilde como eles são, e estar aqui com eles é como se estivesse lá em Manaus, em casa, zoando com todo mundo no bairro, bem à vontade. Para mim, não tem ego, não tem nada, me sinto um deles - afirmou José Aldo.

Um dos pedidos foi especial: o do menino João, de cinco anos, nascido com amputações congênitas nas pernas e nos braços. Aldo só o conhecia por vídeos enviados pelo professor de jiu-jítsu, Marcelo Eugênio, e enfim teve seu primeiro contato direto, em pessoa. Joãozinho, como é chamado pelos amigos, pediu um boneco do Batman que anda de skate e fala; o campeão prometeu realizar o sonho até a semana que vem.

- Ele é um garoto especial, estamos tendo uma atenção muito grande por ele. Fico muito emocionado em ver a determinação que ele tem na aula, porque tem muitas pessoas que têm tudo e não dão valor. Ele é um garoto especial e está sempre aqui na comunidade, é uma lição de vida para mim.

Após uma bateria de fotos, o lutador se sentou à beira do tatame para acompanhar uma apresentação das várias artes marciais praticadas no local: jiu-jítsu, judô, luta olímpica, boxe e capoeira. Após sorrir e assistir atentamente a tudo, Aldo não resistiu e entrou na roda de capoeira, onde jogou com alguns alunos e com o professor. Ele soltou até um belo voador que encantou os presentes. O campeão só "refugou" quando foi chamado para tentar alguns passos de Zumba com um grupo de meninas da comunidade.

Um repórter lembrou que Conor McGregor, próximo adversário de Aldo, também praticou capoeira em visitas recentes ao Rio de Janeiro, e o brasileiro aproveitou para cutucar.

- O Conor joga p*** nenhuma, cara... O cara é um palhaço. Isso daí é capoeira de verdade, é o que a gente faz. A gente pode dar uma brincada aí, mas eu tava um pouco cansado, fiz preparação física mais cedo e o cara me matou lá, mas deu pra fazer uma brincadeirinha e soltar uns golpes com eles - disse.

Encerradas as apresentações, José Aldo, sua família e seus companheiros de equipe partiram para a distribuição de presentes. Pipas, bolas, bambolês, jogos de tabuleiro. Brinquedos infantis para distrair e educar as crianças, e afastá-las de "brinquedos" letais, como o fuzil ostentado por um adolescente numa esquina a poucas quadras de distância dali. O campeão jurou seguir trabalhando para que a Escola de Lutas ofereça uma opção às crianças locais.

- A gente tem que lutar junto com eles, em sintonia, para que possamos colocá-los no caminho do bem. Eles convivem com muitas coisas ruins aqui no dia a dia, veem certas coisas que torna difícil colocar no caminho bom, mas com essa interatividade entre pais, alunos, professores e nós, tentamos colocá-los no caminho do bem, que acho que fará bem para nós e para eles. (Passo uma mensagem) Primeiramente de amor e de carinho. Sempre tive muito disso na minha vida, pessoas que me ajudaram, e quero que tenham pessoas que possam ajudá-los. Claro, a gente procura grandes atletas, mas, se isso não acontecer, pelo menos sei que vão trilhar o caminho do bem, por isso fazemos esse trabalho.
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