Nos últimos anos, os torcedores se acostumaram a ver os três zagueiros do São Paulo tocando a bola sem marcação no campo de defesa, até que a jogada se desenvolvesse pelo meio-campo e algum dos jogadores decidisse fazer um cruzamento. Com Ricardo Gomes no comando, porém, a tática é diferente.

O treinador decidiu acabar com o excesso de bolas cruzadas para a área adversária. "Nos treinamentos, ele procura fazer com que a gente se aproxime dos companheiros e troque bastante passes", afirmou o lateral-esquerdo Junior César.

Apesar de a média de passes ter diminuído em relação ao Estadual-09, o que se vê atualmente é o São Paulo trabalhando mais a bola no meio e na intermediária adversária e não na defesa, como acontecia sob o comando de Muricy Ramalho.

A média de cruzamentos caiu de 25,1 (no Paulista) para 21,1 (no Brasileiro). E a de lançamentos, caiu de 3,9 para 3,5.

Outra característica recente é a marcação por pressão no ataque. No Paulista, o time teve média de 109,9 desarmes por partida. No Brasileiro, o índice é de 117,5.

"Estamos variando as jogadas, explorando a individualidade de alguns atletas e adiantando a marcação para pressionar na saída de bola", disse o meia Jorge Wagner. "Em vez de cruzar logo, procuramos tocar a bola e buscar as tabelas. Isso é orientação do Ricardo", completou.

Após a vitória sobre o Grêmio, Gomes elogiou seus atletas e afirmou que pretende deixar a equipe cada vez menos mecânica.

"Os jogadores têm de ousar, e eu os provoco. Claro que é preciso ter um elenco bom como o do São Paulo. Também temos sempre de recuperar a bola e jogar. Eles entenderam isso", afirmou.