A sessão matutina desta quarta-feira (17) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso estava tranqüila, quase sonolenta, quando o deputado Jajah Neves (PDT) ocupou a tribuna do Plenário das Deliberações Renê Barbour, pouco antes das 11 horas, observado pelos colegas, principalmente os deputados Zeca Viana (PDT) e Janaína Riva (PMDB). O discurso de Jajah originou um bate-boca homérico com o presidente regional do PDT.
Zeca Viana classificou Jajah Neves como “demagogo e serviçal do governador [Pedro Taques]”. Em resposta, Jajah assegurou que não iria se intimidar e chamou o pedetista de “milionário poderoso” e insinuou que o rival conquistou o mandato por ter muito dinheiro.
Leia Mais:
Deputados apresentam proposta para revogar decreto de Taques que muda cobrança de ICMS de Mato Grosso
Na verdade, a troca de ofensas começou um pouco antes, quando o presidente da sessão, deputado Wagner Ramos (PR), abriu a palavra para o novato, no
grande expediente – quando cada parlamentar tem direito a 10 minutos, geralmente acrescido de mais três para conclusão. Originalmente, Wagner é segundo secretário da Mesa Diretora.
“Cheguei às 8 horas [no Edifício Dante de Oliveira], imaginando que haveria sessão no horário marcado. Demorou demais para começar e vejo que se esqueceram de que nossa missão é fiscalizar [o Poder Executivo]. Mas, primeiro temos de fiscalizar a nós mesmos”, sugeriu ele.
Na sequência, Jajah começou a defender com veemência o que classifica como os avanços de Mato Grosso, conquistados a partir da posse do governador José Pedro Taques. “Como não enxergam que Mato Grosso melhorou demais? No governo anterior, fizeram 568 quilômetros de asfalto em dois anos, por mais de R$ 1 bilhão. No governo Pedro Taques, foram construídos 534 quilômetros, em um ano, por um terço do preço da gestão anterior”, citou Jajah Neves, que assumiu a cadeira no Poder Legislativo, em substituição ao deputado licenciado Saturnino Masson (PSDB).
Jajah Neves lamentou que alguns colegas só soubessem criticar o governo Taques, ao invés de reconhecer os avanços. Foi o suficiente para Zeca Viana se sentir ofendido.
“Não vou bater palma para quem é falso e demagogo. Usa a mídia para dizer que é dono da verdade. É lobo vestido em pele de cordeiro”, criticou Zeca, se referindo a Neves.
“Eu não vou admitir intimidação. O senhor é milionário e se tornou deputado. Sou pobre e humilde. Percorro as ruas e não vou me intimidar; sou do lado do povo”, respondeu Jajah.
Zeca não se fez de rogado e explicou porque, em sua opinião, leva Neves a defender o governo. “O senhor está fazendo a defesa do governo porque recebe R$ 60 mil do Gabinete de Comunicação”, acusou Viana.
“Eu fui forjado na luta e não vou deixar de defender o governador Pedro Taques, que promove transformações cruciais para melhorar a vida dos mato-grossenses”, reforçou Jajah.
Ao final da sessão, o líder do governo na Assembleia, deputado Wilson Santos (PSDB), tentou selar a paz entre Neves e Viana, nos bastidores do Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour. Alegando “compromisso urgente”, Zeca Viana não quis cumprimentar Jajah e saiu do local.
