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Sábado, 18 de maio de 2024

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Após apelo da oposição, Sarney diz que esclarecerá denúncias amanhã em plenário

Depois de ouvir em plenário apelos de senadores da oposição para que se afaste da presidência do Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP) optou pelo silêncio. Sentado na cadeira de presidente, o peemedebista disse apenas que vai realizar discurso nesta quarta-feira para esclarecer as denúncias contra ele que provocaram a crise política na instituição.


"Amanhã ocuparei a tribuna e terei a oportunidade de responder ao discurso de Vossa Excelência", disse Sarney em resposta ao líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O senador não marcou horário para o pronunciamento, mas disse estar disposto a falar no plenário da Casa. "Vou falar como senador, e não como presidente. Nunca me considerei superior a nenhum colega, tenho que obedecer a hora em que devo comparecer para discursar."

Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a sugerir que Sarney se explicasse no Conselho de Ética da Casa, mas o peemedebista disse que o local adequado será o plenário do Senado.

Virgílio ocupou a tribuna da Casa nesta terça-feira para reiterar o pedido de afastamento de Sarney. Por quase meia hora, apresentou argumentos para que o peemedebista reveja sua decisão de se manter no cargo. O líder do PSDB pediu que Sarney se "case" com a sua biografia renunciando à presidência do Senado.

"Senador Sarney, case-se com a sua biografia. Esse mandato de presidente do Senado não representa nada. Vossa Excelência já foi presidente duas vezes, governador, presidente da República. Vossa Excelência tem uma volta por cima a dar, que não é da truculência, da prepotência, de calar quem quer que seja. Vossa Excelência tem uma forma de se casar com a sua biografia, que é atender a ponderáveis partidos que clamam pelo seu afastamento para que se comece a pensar em soluções verdadeiras", disse o tucano.

Antes de Virgílio, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também pediu que Sarney renuncie ao cargo como alternativa para o fim da crise do Senado.

"Se ficarmos aqui a nos digladiar, com confrontos emocionais, com gente que tem coragem demais e gente que tem coragem de menos --eu sou daqueles que está incorporado no contingente dos que têm de menos--, eu quero dizer que não vamos a lugar nenhum. Não vai ser apenas um naufrágio do presidente do Senado. Vai ser um naufrágio do Senado inteiro, da instituição", disse.

Mudança de tom

Apesar das cobranças para que Sarney deixe o cargo, os senadores da oposição adotaram um tom de cautela nas cobranças. Depois do bate-boca protagonizado pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) nesta segunda-feira, os oposicionistas decidiram adotar um discurso duro, mas sem ofensas pessoais a Sarney e seus aliados.

Senadores governistas e da oposição afirmam nos bastidores que o tom utilizado por Renan e Collor no debate com Simon não contribui para que o Senado saia da crise política. "Troca de acusações, dossiês, isso não é conversa de democrata. Vamos ser o que sempre fomos: incisivos, consistentes, não vamos aceitar a provocação de ninguém", disse Guerra.
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