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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Estudantes fazem 'Fashion Week' em plenário ocupado da Alesp

Foto: Reprodução/ Facebook

Estudantes fazem 'Fashion Week' em plenário ocupado da Alesp
Estudantes que ocupam o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) desde terça-feira (3) fizeram um desfile de moda improvisado na quinta-feira (5). As fotos da "primeira edição do Alesp Fashion Week outono/inverno" foram divulgadas pela página da ocupação no Facebook. Os jovens usaram cobertores, lençóis e toalhas de banho para criar as roupas usadas no desfile.


"No desfile, teve muito brilho, animação, requebrado e nossos ocupantes mostraram que entendem de resistência, luta e moda", foi a descrição sobre o desfile publicada na rede social. O grupo também divulgou um vídeo (assista às imagens aqui).

Ponto facultativo
Nesta sexta, a ocupação de estudantes na Alesp entra no terceir dia, mas o grupo de cerca de 50 jovens deve deixar o prazo até o fim da tarde após uma ordem de reintegração de posse expedida pela Justiça. O chefe de gabinete da presidência da Alesp, João Borro, disse que esta sexta-feira é ponto facultativo na Assembleia "por questões de segurança".

Restaurantes, lanchonetes e bancostambém não estão abertos. "Alguns deputados estão com o gabinete fechado, outros estão em plantão, e alguns só com assessores. Está por decisão deles", afirmou Borro. Durante a manhã desta sexta-feira, os jovens ainda se reuniam no plenário. Alguns montaram barracas, outros descansavam e dormiam nas cadeiras usadas pelos deputados estaduais.

Após receberem a intimação na quinta-feira a tarde, os estudantes cantaram diversos gritos de ordem, reafirmando que só irão sair após a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de fraude no fornecimento de merendas nas escolas estaduais de São Paulo.

"Quando der 24 horas do horário em que eles foram intimados, por volta das 16h45, vamos comunicar o juiz. Se eles não saírem até lá, daí ele decidirá se haverá uma audiência para tentar conciliar ou se há reintegração", disse o chefe de gabinete. Segundo ele, o juiz também sobre a multa estipulada pela Justiça. O efetivo de PMs e policiais civis que trabalham na Alesp está normal e não houve aumento nesta sexta-feira, de acordo com Borro.

Prazo para saída
A Justiça determinou o prazo de 24 horas para a saída dos alunos a partir da entrega da intimação. Por volta das 16h40 de quinta-feira, a oficial leu o texto da decisão no microfone do plenário da Alesp. Após esse período, quem não deixar a casa receberá uma multa de R$ 30 mil e, em seguida, o processo irá para a Câmara de Conciliação.

De acordo com o presidente da Assembleia, Fernando Capez, a medida "é para que a execução da desocupação se faça da maneira que não haja confrontos ou feridos." O chefe de gabinete da presidência da Alesp, João Borro, disse que a responsabilidade da reintegração é da Justiça. Alesp diz que não fará nada caso os estudantes não saiam.

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, criou em site de financiamento coletivo, uma vaquinha virtual na tentativa de arrecadar fundos para pagar a multa determinada pela Justiça aos estudantes. O valor pedido é de mais de R$ 2 milhões.

Abusivo 
O advogado da OAB, Vítor Henrique Grampa, defende que o valor da multa é "exagerado", principalmente por se tratarem de estudantes. Ele veio ao plenário na manhã desta quinta para explicar a decisão da Justiça aos estudantes. Grampo é presidente da comissão de direito educacional e políticas públicas em educação da OAB.

"Ele (o juiz) determinou uma multa de R$ 30 mil por ocupante, o que no contexto de estudantes pareceu uma multa exagerada, mas parece que nesse caso haverá possibilidade de pedido de reconsideração ao juiz, assim como cabe recurso de agravo". A OAB já tinha se posicionado a favor da instalação da CPI da merenda.

Apoio familiar
A professora Claudia Rodrigues acompanha a ocupação desde de terça-feira. Ela é mãe de um dos alunos que faz parte do movimento estudantil, que há meses pressiona a Assembleia para investigar as fraudes em licitações da merenda escolar. "A abertura da CPI interessa sobretudo para o conjunto das mães mais desprovidas de recurso", explica.

Ela revela que o impacto no orçamento familiar é grande, e define a situação como "um absurdo". Claudia apoia a mobilização, mas teme que o desfecho da ocupação seja violento. "Só saio daqui junto com eles".

 
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