Ilustre desconhecido nas hostes de Brasília, mas presente demais no cotidiano do poder em Mato Grosso, o ministro interino da Agricultura, coronel Eumar Roberto Novaki, vai substituir o ministro Blairo Maggi (PP), senador licenciado, por uma semana. O titular seguiu a cidade de Xian, na China, onde vai participar da reunião de ministros de Agricultura do G20, para tratar de segurança alimentar, nutrição, desenvolvimento rural e inovação em relação à Agenda Sustentável para 2030, incluindo a erradicação da fome e da extrema pobreza.
Leia também:
Blairo Maggi consegue aprovar venda de 160 mil toneladas de milho
De ajudante de ordens e ministro de Estado, a trajetória de Novaki dá um livro com capítulos emocionantes. Eumar Novaki é homem de confiança de Maggi desde o início do seu governo, em 2003. Ele começou como ajudante de ordens e logo conquistou a confiança do chefe. Novaki e o hoje coronel Alexandre Maia, comandante da Guarda Municipal de Várzea Grande, se firmaram como ajudantes de ordens do então governador Blairo Maggi. Eumar
e seu pai Renato Novaki foram investigados pelo Ministério Público Federal, durante a Operação Ararath. Entetanto, não há nenhuma acusação formal pelo MPF contra Eumar.
Depois da reeleição de Maggi, em 2006, Eumar Novaki cresceu ainda mais e se tornou secretário de Estado. Foi titular da Secretaria de Comunicação e também da Casa Civil. Ele acumulou com o comando da extinta Secretaria de Estado de Comunicação.
Maggi se elegeu senador da República, em 2010, e levou Novaki consigo para o seu gabinete, em Brasília. Já no Senado, em 2015, o
queridinho foi denunciado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por sua ida para o curso “English Second Language”, nos Estados Unidos, estudar inglês, em licença remunerada.
Blairo Maggi deixou bem claro que o Ministério da Agricultra está em mãos de quem confia. “Viajo tranquilo, pois sei que o secretário-executivo do ministério, Eumar Novacki, cumprirá com excelência o papel de ministro na minha ausência”, observou ele, em publicação no
Facebook.
Na China
Blairo Maggi foi para a China com o senador Cidinho Santos (PP) e o chefe de gabinete do Ministério, Coaraci Castinho, e o secretário Luiz Rangel, de Defesa Agropecuária do Mapa. “Na China, onde participo da reunião de ministros da Agricultura do G20, além de outras agendas sobre as relações comerciais do Brasil com diversos países”, diz Maggi, em seu Facebook.
“Muita gente entende a exportação de grãos como algo primário, mas não é, pois há muito estudo, tecnologia e investimento envolvidos. Podemos transformar parte de proteína vegetal em animal e fazer a economia girar. O agronegócio contribui para a economia local e nacional. Temos que planejar, plantar, colher, e trazer lucros, para no ano que vem estarmos de volta neste processo”, justificou o ministro.
Blairo Maggi observou que os principais interlocutores da agricultura mundial estarão no encontro para lançar as bases da agricultura do futuro, discutindo plataformas de troca de informações e mecanismos ágeis para a segurança alimentar. O G20 é formado pelo Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Os países membros respondem por 60% da população mundial e 70% da população rural global.
Paralelamente à reunião do G20, Blairo Maggi vai se reunir os ministros da Agricultura da Argentina, China, Coreia do Sul, México, Rússia e União Europeia. Na pauta bilateral, o comércio de carnes, grãos, lácteos e frutas entre os países, além de acordos com o Mercosul e a União Europeia.
*Corrigida 08h20
