Quem esperava uma sinalização do prefeito Mauro Mendes (PSB) sobre o momento interno vivido pela Câmara de Cuiabá, em que tende a decidir sobre eleger ou não um novo presidente da Mesa Diretora, não vai conseguir. Embora a distância geográfica seja ínfima – menos de 300 metros – ele decidiu assistir de binóculos os acontecimentos do Palácio Pascoal Moreira Cabral e não vai sequer emitir opinião sobre dúvidas suscitadas quanto à comparação do Regimento Interno com a Constituição da República e a Lei Orgânica.
Leia Mais:
Taques não perde chance de reforçar parceria com Mauro Mendes e repete cinco vezes “estamos juntos”
“Desejo que os vereadores continuem mantendo o foco de aprovar todos os bons projetos em favor do cidadão cuiabano”, afirmou ele, para a reportagem do
Olhar Direto.
“Desejo que eles possam escolher alguém que continue, primeiro: respeitando o Regimento [Interno] e respeitando o papel do Poder Legislativo”, ponderou o chefe do Poder Executivo.
Mauro Mendes tomou o cuidado de não citar nenhum vereador nominalmente. “[Se houver] Que façam a eleição com tranquilidade, com serenidade, com respeito ao Regimento Interno e à vontade da maioria”, resumiu Mendes, que, depois de um início turbulento até meados de 2013, estabeleceu um diálogo avançado e uma maioria folgada no plenário das deliberações da Câmara Municipal.
Entenda o caso
Menos de 24 horas após a morte do presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), morto aos 56 anos na noite última segunda-feira ((18), alguns parlamentares passaram a articular a eleição de um novo comandante.
Curiosamente, foi o próprio Júlio Pinheiro quem articulou para mudar o Regimento Interno, em fins de 2013, provocando o imbróglio atual. A alteração serviu para permitir eleição individual para cada cargo da Mesa Diretora, em caso de vacância.
Pela Constituição, que é a Carta Magna, o vice-presidente Haroldo da Açofer Kuzai (SD) é o substituto natural do presidente. Todavia, outros vereadores, como Onofre Júnior (PSB), Chico 2000 (PR) e Domingos Sávio (PSD) defendem que seja cumprido o Regimento Interno. Ou seja: eleição específica para a Presidência.