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Cuiabá realiza primeira cirurgia de reconstituição de face do Centro-Oeste; Veja fotos

11 Nov 2016 - 15:18

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

“Sessenta dias após a cirurgia voltei a trabalhar e te digo que não poderia estar melhor”, diz paciente

“Sessenta dias após a cirurgia voltei a trabalhar e te digo que não poderia estar melhor”, diz paciente

Não bastasse a Pedro Benedito Filho superar um grave câncer de boca e continuar vivo. Curado ainda entrou para história. Tornou-se paciente da primeira cirurgia de reconstituição de face realizada na região centro-oeste. Ela foi realizada em Cuiabá e uniu profissionais médicos do São Matheus e dos hospitais paulistas Albert Einstein, Sírio Libanês e Hospital das Clínicas. O sucesso da cirurgia representa uma vitória na vida do paciente e uma esperança para os que sofreram da mesma doença.


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“Foi decidido tirar o palato duro (céu da boca) e a arcada dentária com osso e tudo. Não teve tratamento de retirada, mas realizei 33 sessões de radioterapia depois da cirurgia”, relembra o paciente, que desde então, Pedro passou a utilizar próteses para realizar processos simples do dia a dia, como beber e comer.
 
A mudança de vida do mato-grossense começou quando conheceu o cirurgião dentista e coordenador do Instituto da Face em Mato Grosso, José Abel Porto de Almeida.
 
“O Pedro nos procurou para saber o que podia ser feito, já que, segundo ele mesmo, a prótese que utilizava não tinha apoio, uma vez que ele perdeu toda a parte maxilar. Com isso, ele não conseguia, por exemplo, mastigar alimentos muito sólidos”, explica Abel.
 
Após a consulta, o cirurgião entrou em contato com as equipes médicas dos hospitais paulistas: 60 dias de ansiosa espera. Tudo para se decidir qual seria a melhor forma de reabilitar o paciente, tanto do ponto de vista funcional como estético. 
 
“Chegamos a algumas conclusões: eu precisaria ter um osso vivo e precisaria ter uma cobertura do céu da boca, já que ele não tinha nada, era um espaço completamente vazio. A melhor opção foi transferir um bloco ósseo da perna, com músculo e vasos e ligar às artérias e veias faciais, além de fazer um enxerto vivo, reconstruindo a maxila do paciente. Esse trabalho de reconstrução de maxila foi o primeiro da Região Centro-Oeste”, narra o paciente.
 
A cirurgia durou cerca de nove horas e, para o cirurgião, abriu um precedente em Mato Grosso. “Ter realizado essa cirurgia significa dizer que, hoje, o estado tem a possibilidade de realizar concomitantemente a cirurgia de retirada do câncer e a de reconstituição da boca. Anterior a isso, o paciente esperava por anos, isso quando o paciente realiza a reconstituição”, afirma o profissional.
 
Para o paciente, o resultado não poderia ter sido mais eficaz. “Sessenta dias após a cirurgia voltei a trabalhar e te digo que não poderia estar melhor”.
 
Ainda que considerado de pouca incidência, comparado a cânceres como de próstata e de pele, o câncer de boca, que afeta lábios e interior da cavidade oral, teve 15.490 novos casos diagnosticados apenas em 2016.
 
Deste total, 11.140 são homens e 1.178 são mulheres. O número de mortes também é relativamente alto: foram 5.401, no ano de 2013. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
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