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Segunda-feira, 19 de agosto de 2024

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Arquitetos discutem novos modelos para habitações populares e avaliam falta de espaços públicos

Foto: Assessoria

Arquitetos discutem novos modelos para habitações populares e avaliam falta de espaços públicos
Cuiabá, como boa parte das cidades brasileiras adota o mesmo modelo para conjuntos habitacionais populares utilizados há quarenta anos, desde a criação do Banco Nacional de Habitação, BNH. Para o arquieto e urbanista, Carlos Oseko, atual presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/MT “ é um modelo que afasta os moradores da estrutura urbana e que não contempla espaços públicos para as comunidades”. A avaliação foi feita durante o painel de debates “Arquitetura Social”, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo-CAUMT esta semana em que se comemora o Dia do Arquiteto, 15 de dezembro.


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A realidade urbanística da captial mato-grossense é feita por “guetos privados em condomínios de luxo com objetivo de evitar a violência, mas o que ocorre é que eles negam a cidade, onde muitos brasileiros estão fora do um projeto de cidade comum. No caso da classe média, funciona como favelas que elitizaram o espaço público”, complementa. Assim Cuiabá é formada de guetos de luxo, micro cidades e condomínios horizontais. A discussão sobre a Arquitetura Social é uma provocação do CAU para os arquitetos e gestores públicos.

“A proposta é que a partir de 2017 sejam ciradas equipes multidisciplinares de arquietos, geógrafos, engenheiros e representantes das comunidades que participe das decisões sobre como e o que construir quando se trata da habitação popular e sua conexão com a cidade”, explicou o presidente do CAU, Wilson Andrade. Ressaltou ainda a regulamentação d\a Lei de Assistência Técnica que assegura as famílias de baixa renda projetos de arquitetura para construção e reformas. “O papel do arquiteto é dar qualidade de vida mesmo que seja em 42 metros quadrados deixando de lado a auto-construção, uma cidade com ambiente segregado, hostil e desigual”, finalizou. A utilização de um mesmo modelo para habitações populares por quatro décadas significa que nada andou e o tempo não resolveu a melhoria dos projetos populares.Essa é a opinião do arquitetto Marcio Barreto, formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e com uma empresa especializada em projetos para a classe C, com projetos econômicos a partir de R$ 300 por cômodo projetado. “É posivel projetar residências bem resolvidas em pouco espaço”.

Em dois censos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE nos anos de 2012 e 12013 ficou evidente que somente 54% da população brasileira constroem ou reformam suas residências, mas paenas 15% contratam arquitetos e engenheiros e desse total somente 7% tiveram projetos de arquitetura. “Outros 46% nunca construíram mas ocupam espaço portanto são potencialmente futuros moradores de resid~encias próprias”, analisa Marcio Barreto. Um exemplo de projeto de arquitetura para as populações de baixa renda religados com a cidade é o programa Favela -Bairro, do Rio de Janeiro, com foco na humanização da cidade.

Segundo o seu criador, o arquiteto Jorge Mario Jauregui o s projetos visam a integraçäo urbanística das favelas como condição para a integração na sociedade de seus moradores. “Ao contrário de programas anteriores com visão parecida, exclui-se de antemão a possibilidade de derrubar as casas supostamente inferiores e sua reposição por uma versão similar da arquitetura burguesa dos quarteirões de sua vizinhança. Pelo contrário, trata-se de fortalecer e ampliar as estruturas urbanísticas e com isso, também as sociais.

O trato respeitoso com as construções existentes é parte fixa desta nova estratégia”, narrou o profissional em sua palestra do CAUMT. No Morro do Macaco, por exemplo, o projeto agregou uma lavanderia comunitária, área para caamen5os, festa e convivência comunitária e praças. Em Cuiabá exemplos de segregação do espaço urbano não faltam. A professora de Arquitetura da UFMT, Andreia Arruda, pontua os conjuntos habitacionais como Santa Terezinha, Altos do Parque e até mesmo o Tijucal e o Cophamil como parte desse modelo convencional de habitação popular sem conexão com a cidade. “é preciso ter outro olhar sob as moradias na periferia e desconstruir o saber técnico e pensar em projetos com o saber popular.

Ao final, o CAU homenageou o arquiteto e urbanista José Afonso Portocarrero, professor de Arquitetura de UFMT, um dos mais importantes arquitetos de Cuiabá. Com 40 anos de profissão em Cuiabá foi homenageado pelo seu trabalho dedicado a pesquisa acadêmica como professor da UFMT. Especialista em planejamento urbano é diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Técnicas Indígenas, premiado pela Bienal de Arquitetura em 2009 e como o Arquiteto do Ano em 2014. O arquiteto foi autor do projeto do Centro de Sustentabilidade do Sebrae.” Cuiabá precisa de carinho, e a ausênciados arquitetos no crescimento da cidade tem sido fatal”, disse.

 
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