A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) ainda aguarda a finalização da perícia e do inquérito para saber se o disparo acidental que atingiu o testículo do soldado Fabrício Valdanha, 24 anos, de Rondonópolis (212 km de Cuiabá) foi uma falha de equipamento ou humana. Questionado sobre o assunto e se o Estado está dando toda assistência ao policial militar, o gestor da pasta, Rogers Jarbas, disse que se posicionará somente após o esclarecimento dos fatos.

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“Estamos aguardando a finalização da atividade pericial e do inquérito. A partir disto, adotaremos uma postura. A nossa comissão já passou por aquela região testando todas as armas. Estamos fazendo isto em todo o Estado, para que, se de fato foi uma falha de eficiência, a gente não tenha nunca mais isto em Mato Grosso”, explicou o secretário.
 
Questionado sobre a assistência que está sendo ou será dada ao soldado, Jarbas preferiu não se posicionar e reforçou: “Não podemos apontar ainda se foi falha do equipamento ou humana ainda. Vamos aguardar o fim da investigação”.
 
O soldado foi a oitava vítima da marca Taurus em Mato Grosso e foi atingido no início de março deste ano. Ele perdeu um testículo e meio no acidente e não poderá ter filhos. Fabrício é casado, mas ainda não é pai. O policial teve de passar por cirurgia, após ser ferido pela pistola.
 
Um dos policiais atingidos, Élcio Leite morreu aos 29 anos, em operação no bairro CPA 3, em Cuiabá. Ele atirou em direção ao suposto criminoso e, como a arma travou, acabou sendo baleado e morto. O problema tem sido recorrente em vários pontos do país. À época, a Taurus lamentou o fato e afirmou que “é necessário realizar perícias para verificar a verdadeira causa do incidente”.
 
No fim do ano passado, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu um procedimento preparatório de inquérito para investigar possíveis falhas em armas da marca Taurus que foram adquiridas pelo Governo do Estado de Mato Grosso. Nas redes sociais, diversos militares têm reclamado dos problemas nos armamentos. Em junho de 2015, foram desembolsados R$ 1,2 milhões para compra dos equipamentos.
 
O procedimento foi instaurado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, que chegou a ficar um ano à frente da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no início do mandato do governador Pedro Taques (PSDB). A investigação tem como objetivo “investigar a notícia de falhas em armas da marca Taurus adquiridas pelo Estado de Mato Grosso”.