A mulher de um dos criminosos que mantiveram o advogado do ex-deputado José Riva, Mário Ribeiro de Sá, de 74 anos e sua esposa, por quase dez horas, na última sexta-feira (21), no bairro Jardim Tropical, em Cuiabá, foi presa pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil. Ela teria pego dois objetos roubadas da casa, quando o bandido se rendeu. Entre as peças está um relógio, no valor de R$ 10 mil.

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Na continuidade as informações colhidas no flagrante lavrado contra os suspeitos Renato de Miranda, 31, e Odair de Castro, 27, os investigadores do GCCO prenderam em flagrante a esposa de um dos autores, pelo crime de receptação de um relógio e um anel, que pertencem às vítimas.
 
A suspeita, T.A.S. de 19 anos, foi autuada em flagrante na tarde de quinta-feira (27). Os investigadores surpreenderam a acusada no bairro Vila Nova, em Cuiabá, com duas das joias subtraídas na ocasião do roubo, pelo seu companheiro Renato de Miranda. Em poder da jovem foi recuperado um anel prateado com pedras e um relógio de pulso da marca Longines em aço, avaliado em cerca de R$ 10 mil.
 
O delegado da GCCO, Diogo Santana, informou que as joias foram entregues por Renato a mulher, depois que se rendeu a Polícia Militar. O suspeito conseguiu, disfarçadamente, entregar as joias para sua mulher, que se encontrava no local da negociação. Localizada em poder das joias, T.A.S. foi conduzida até o GCCO, interrogada e autuada em flagrante por receptação.

O repórter fotográfico do Olhar Direto, Rogério Florentino Pereira, flagrou o momento em que o criminoso tirou o relógio do seu pulso e o entregou. Confira na galeria a sequência de fotos.
 
Foi arbitrada fiança de um salário mínimo aplicado, que foi recolhida e ela colocada em liberdade.

O caso
 
Os assaltantes Renato de Miranda, de 31 anos, e Odair de Castro, de 27 anos, afirmaram aos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que decidiram roubar pois estavam "passando necessidade" e por isso invadiram a residência do advogado. Minutos antes de ser levado para Central de Flagrantes, Renato beijou a esposa grávida de sete meses que acompanhava o desfecho do roubo e sequestro que ele promovia.
 
A informação foi divulgada pelo tenente-coronel da PM, Ronaldo Roque, que passou quase dez horas negociando a rendição da dupla e a liberação dos advogados Mário Ribeiro de e Elvira Ribeiro, de 54 anos. Os dois homens invadiram a residência do casal, no bairro Jardim Tropical,  por volta das 4h da última sexta-feira (21). Da sacada, a mulher percebeu e acionou a polícia, sendo rendida logo em seguida junto a seu marido.
 
Segundo checagem realizada pela Polícia Militar, Renato possui passagens por crime de roubo e porte ilegal de arma de fogo. Foi ele quem assumiu a frente nos diálogos e também o que se mostrou mais agressivo, tendo ameaçado os militares por diversas vezes. Da rua, ouvia-se seus gritos, além do barulho da porta da frente, fechada violentamente diante de cada negativa com os negociadores. Odair, por sua vez, possui ainda três passagens criminais.
 
O tenente-coronel explicou ainda que a dupla estava alcoolizada, fato que prejudicou a negociação, considerando as bruscas mudanças de humor potencializadas pela bebida. Ao longo do procedimento foi exigido pelos criminosos que a imprensa e os policiais militares deixassem o local, em um ciclo exaustivo de avanços e retrocessos junto aos acusados.
 
No decorrer da ação, os criminosos chegaram a tentar fugir do local levando a dona da casa, Elvira, como escudo humano. Já no início da tarde Renato arrastou a advogada do portão até o meio da rua, onde uma das viaturas estava parada. No entanto diante da impossibilidade de fuga, desistiu e retornou com a vítima para o interior da casa.
 
Após a rendição, a dupla foi levada para Central de Flagrantes, no bairro Carumbé, na capital. Lá, Renato demonstrou extrema agressividade e chegou a ameaçar um jornalista. Levado para cela, ele gritava para que as algemas fossem retiradas. A dupla vai responder por crimes de cárcere privado, roubo e danos além de danos ao patrimônio público já que durante o transporte para à delegacia, danificaram a viatura da Polícia Militar.