Proprietários de comércio, moradores da região e até mesmo funcionários da Igreja do Rosário continuam vivendo com medo com a presença das pessoas em situação de vulnerabilidade que moram na região do Morro da Luz e do Beco do Candeeiro. No último dia 4 a igreja foi invadida mais uma vez.

Comerciantes da região também reclamam dos prejuízos que sofrem com esta situação. A Prefeitura de Cuiabá afirmou que está fazendo ações de cidadania com os moradores, no intuito de resgatá-los daquela vida.

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Na madrugada do último domingo (04) suspeitos invadiram a Igreja do Rosário/ São Benedito, localizada no bairro do Baú, em Cuiabá. Os bandidos entraram pela janela do ar condicionado e conseguiram levar diversos objetos que estavam dentro da paróquia.

De acordo com a secretaria da igreja, as invasões acontecem pelo menos uma vez por mês e pelas câmeras é possível ver que são sempre as mesmas pessoas, que acabam agindo de uma forma impulsiva. Apesar dos itens roubados serem sempre pequenos, a igreja afirma que tem sofrido prejuízos.

O dono de um comércio da região, que não quis se identificar, também disse que a presença dos moradores de rua tem lhe causado prejuízos. De acordo com ele, pequenos produtos são roubados por eles. Ele também disse que há a presença da Polícia Militar, mas não há muito o que eles possam fazer, já que os moradores todos voltam para o mesmo lugar.



Um dos moradores em situação de vulnerabilidade, identificado apenas como Jesus, afirma que há falta de oportunidade para tratamento e de trabalho, para que possam sair daquela vida. Ele diz que muitos que estão ali têm boas qualificações, mas acabaram encontrando a droga.

“Nós aqui nesta situação, muitas vezes tem pessoas formadas, pessoas com estudo, pessoas de classe baixa, média e alta, na qual aconteceu alguma coisa em sua vida que lhe trouxe revolta, aí conheceu a droga e veio jogar seus problemas tudo nisso. As pessoas ficam desvalorizando, deixando de lado quem se encontra nesta situação. Tem pessoas aqui talentosas, tem pessoas com dons maravilhosos, até mesmo pessoas profissionais e ninguém dá valor”, disse.

Ele pede que o poder público envie ajuda psicológica para as pessoas naquela situação, para que possam ser avaliadas e orientadas. Além disso ele também reclamou da qualidade dos albergues da Prefeitura e cobrou uma abordagem mais humanizada por parte das autoridades policiais.

A Prefeitura de Cuiabá se manifestou por meio de uma nota dizendo que tem promovido mutirões de cidadania com atendimento jurídico, médico, expedição de documentos, encaminhamento para o mercado de trabalho e inserção nos programas sociais, como Bolsa Família. Com relação à reclamação dos albergues, a prefeitura diz que os locais são unidades de apoio, para acolhimento provisório e não de moradia permanente.



Leia na íntegra:

Atualmente, a Prefeitura de Cuiabá vem promovendo mutirões da Cidadania. Durante estas ações, os moradores recebem atendimento jurídico, médico, expedição de documentos, encaminhamento para o mercado de trabalho e inserção nos programas sociais, como Bolsa Família. Também são distribuídos kits de higiene pessoal e emissão de passagens para dentro e fora do estado, para aqueles que manifestarem interesse em retornar à sua cidade de origem.
 
Além destes serviços, durante o mutirão os moradores também recebem refeições, corte de cabelo, banho. A ação ainda promove  debates sobre as  Políticas Públicas voltadas para os moradores em situação de rua. O último mutirão foi realizado em 2 de dezembro de 2017, no Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), em parceria com Fórum de População em Situação de Rua e Defensoria Pública.
 
A equipe de assistência também realizam algumas ações de menor porte em  pontos críticos da Capital, como Morro da Luz, Rodoviária de Cuiabá. Estas visitas têm o objetivo de estreitar a aproximação com eles, facilitando o trabalhado de inclusão, tratamento. São nestas visitas que as assistentes fazem cadastro, traçam o perfil de cada, conhecem um pouco da história dessas pessoas.
 
Sobre os albergues, esclarece que o município conta com quatro unidades e a Casa de Abrigamento Porto. São unidades que oferecem acolhimento provisório, onde os abrigados têm acesso às refeições, banho, dormitório.  São unidades de apoio, não de moradia permanente. Assim, caso algum desses moradores manifestem desejo de ajuda, não tendo problemas com vícios, a equipe encaminha para estas unidades, onde ficam até terem suas famílias identificadas. Quando são de outras cidades, a equipe busca pelos familiares, expede a passagem e encaminha a pessoa à sua origem.