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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Rodada Doha é única forma de impedir o protecionismo, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira em que só a conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial pode pôr fim aos focos de protecionismo comercial que surgiram com a crise financeira internacional.


Amorim reiterou sua opinião de que no ano passado, quando as negociações para um acordo global no marco da OMC (Organização Mundial do Comércio) foram suspensas, não houve a proposição de nenhuma alternativa a esse fracasso.

"O 'plano B' óbvio de todos é se dedicar aos acordos bilaterais", disse o ministro durante um discurso na Fundação Dom Cabral, em Nova Lima (MG).

Embora Amorim tenha admitido que o Brasil também está disposto a buscar saídas pela via dos acordos bilaterais ou dos blocos comerciais, como o que pode ser retomado entre o Mercosul e a UE (União Europeia), afirmou que isso "não resolverá o problema do protecionismo".

Apesar da reunião técnica prevista para acontecer em Nova Déli (Índia) antes do final do ano para tentar a reativação da Rodada Doha, Amorim se mostrou cauteloso, pois considerou que tudo dependerá de que os Estados Unidos aceitem algumas condições diante das quais continua receoso.

"Nos últimos seis meses, a posição dos EUA mudou muito pouco", explicou Amorim, ao assinalar que a posição do presidente americano, Barack Obama, é "muito similar" a de seu antecessor no cargo, George W. Bush.

Segundo Amorim, o maior impedimento nas negociações ainda reside nos subsídios ao setor agrícola, algo que os países mais desenvolvidos, especialmente os EUA, se negam a reduzir aos níveis almejados pelas nações mais pobres.

O ministro considerou que, para continuar com a Rodada Doha, "seria preciso encontrar fórmulas mais criativas" que permitam uma reativação, mas esclareceu que nada será viável se as exigências de uma ou outra parte "encontrem desequilíbrios nas negociações".

Rodada Doha

Iniciadas em 2001 na capital do Qatar, as negociações da Rodada Doha têm como objetivo eliminar as tarifas alfandegárias e reduzir os subsídios à agricultura dos países ricos. Mas há anos as negociações vêm se chocando contra as recusas de alguns países de reduzir as tarifas aduaneiras sobre produtos estratégicos para os produtores locais.

Em julho de 2008, as negociações da Rodada Doha fracassaram no último momento por uma disputa entre os Estados Unidos e a Índia sobre os critérios que autorizariam a um país pobre elevar suas tarifas para defender seus produtores agrícolas.

Em junho deste ano, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou que as negociações da Rodada Doha estão em um caminho mais positivo e que a conclusão em 2010 é possível.

A resistência de algumas partes envolvidas, no entanto, ainda é considerável. A França e a Comissão Europeia já declararam que a UE (União Europeia) não faria mais concessões para chegar a um acordo na rodada.
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