Os pecuaristas e donos de pousadas da região da Rodovia Transpantaneira, membros da Associação de Defesa do Pantanal (Adepan), se reuniram na tarde desta quarta-feira (2) para esclarecer que o que foi mostrado na reportagem do Jornal Nacional no último sábado (28), sobre as condições da Transpantaneira, não reflete a realidade.

De acordo com os empresários, a reportagem foi tendenciosa e deu a entender que boa parte da rodovia está sofrendo com os alagamentos, quando na realidade apenas 1,5% da estrada (cerca de 15 km), já no final da rodovia, está naquela situação. Eles afirmaram que já sentiram prejuízos.

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A reportagem foi veiculada na edição do Jornal Nacional do último sábado (28) e inicia passando pelo portal dizendo “no início o carro vai bem pela estrada. Rodando mais um pouco, começam os problemas”. Os donos de pousadas dizem que o trecho mostrado na realidade está há mais de 100 quilômetros do portal, nos últimos 15 km da estrada, já próximo à divisa com Mato Grosso do Sul.

Os membros da Adepan disseram que depois da veiculação da reportagem alguns dos turistas que já estavam com hospedagem agendada ligaram para cancelar. O trecho atingiu apenas 4 das 18 pousadas da região.

Em nota, o presidente da Adepan, Nicola José de Arruda e Silva, também disse que a reportagem não levou em consideração o período de chuvas. A última vez que houveram chuvas intensas como estas na região foi em 2011, quando mais de 40% da Transpantaneira ficou intransitável debaixo d'água, com diversos atoleiros. A Associação afirma que depois que começou a fazer as manutenções a situação mudou.

“Diferente do que foi mostrado no Jornal Nacional deste sábado, a rodovia MT-060 não esta totalmente intransitável, mas existem sim, apenas a partir do km 117 pontos isolados de atoleiros que correspondem menos de 1.5% de todos os seus 147 quilômetros de extensão. O telejornal também deixou de dizer que se trata de um ano atípico, marcado por intensas chuvas que atingem o Pantanal nesta temporada das águas”, disse o presidente.



De acordo com os empresários, o principal prejuízo, além dos cancelamentos de reservas, é com a imagem da Transpantaneira, que sempre foi vista como de difícil tráfego por causa das chuvas, mas que o problema foi resolvido quase que completamente.Os 147 quilômetros da Transpantaneira contam com 122 pontes, sendo 33 delas de concreto, 2 quilômetros de pista asfaltada e manutenção constante, afirmam os empresários.

A partir do segundo semestre do ano o perfil dos turistas é majoritariamente de estrangeiros, cerca de 95%. Porém, o turismo nesta época do ano é principalmente de brasileiros, para a prática da pesca, por isso dizem que a reportagem trouxe prejuízos. O secretário-adjunto de Turismo, Jaime Okamura, afirmou que a realidade na rodovia não é como a reportagem fez parecer.

“De dois anos para cá, nesse trabalho do Governo do Estado em conjunto com a Adepan, nós conseguimos diminuir praticamente todos os alagamentos. Então aquela situação mostrada não é em toda a Transpantaneira. Recentemente entregamos 31 pontes de concreto, então até o quilômetro 117 está totalmente transitável, então nessa reportagem parecia que toda a Transpantaneira estava em uma situação terrível, mas não é esta a realidade. Prejudicou tremendamente as pousadas”.

 A Adepan, que é responsável manutenção na estrada, ainda afirmou que o trecho em questão já está com as obras previstas, no entanto, por causa das chuvas, tiveram que ser adiadas. Nicola chegou a ser entrevistado pela equipe de reportagem e teria dito tudo o que já havia sido feito na Transpantaneira, de como a situação mudou de uns anos para cá com as obras, e as soluções que tomaria com relação ao trecho. No entanto, a entrevista não foi inserida na reportagem.