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Terça-feira, 13 de agosto de 2024

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POLÍCIA INVESTIGA

Empresa contesta laudo de esteticista morta após cirurgia plástica

Foto: Rogério Florentino / OD / Reprodução

Empresa contesta laudo de esteticista morta após cirurgia plástica
A empresa Plástica para Todos se manifestou sobre o caso da esteticista Edleia Edléia Daniele Ferreira Lira, falecida após uma cirurgia plástica no dia 13 de maio, depois que o laudo de avaliação dos prontuários foi divulgado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). A empresa contestou o documento, afirmando que ele não aponta qualquer parâmetro que demonstre choque hemorrágico na paciente, como foi indicado. O laudo deve ser impugnado, com o auxílio de um médico da empresa.

 
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A Plástica para Todos começa o texto se defendendo e afirmando que trabalho dentro das normas da medicina. E empresa recebeu o laudo da Politec na última quarta-feira (13), um dia após a divulgação do documento em uma coletiva na Delegacia de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP).

“Ansiosos, aguardávamos pelos desdobramentos do caso, quando na data de ontem, recebemos da Delegada responsável pelas investigações, o laudo do IML, cujo teor, em nossa interpretação, atesta a inocorrência de perfurações de quaisquer órgãos da paciente, atesta a correta evolução contida no prontuário médico, atesta a adequada intervenção na intercorrência médica e  inclusive o acolhimento do caso pelo médico assistente e anestesista, não sugerindo qualquer ocorrência de erro médico ou de equipe multidisciplinar”, disse o presidente da empresa, Bruno Borges Magella, em trecho.
 
A empresa, no entanto, também contestou o documento, que indica que houve ocorrência de choque hemorrágico. O presidente afirma que o laudo não aponta o volume e onde se localizou o suposto acúmulo de sangue que justificariam a hemorragia atestada.

“O laudo indica, a nosso ver, equivocadamente, a ocorrência de choque hemorrágico, não mensurando os parâmetros nos termos da Resolução 1711/2003 do CFM, estando em desconformidade com a literatura médica aplicada ao caso, sequer diferenciando sangramento de hemorragia, e ainda não classificando o nível da hemorragia atestada, que deve variar de I a IV. Ademais, o laudo não aponta quaisquer outros parâmetros legais que justifiquem o atestado choque hemorrágico”.

O presidente ainda disse que o documento deve ser impugnado, com a assistência técnica do Cirurgião Plastico e Diretor Técnico do Programa, Dr. João Fernando dos Santos Mello.
 
Laudo de avaliação dos prontuários
 
A divulgação do laudo foi feita na tarde da última terça-feira (12), em coletiva de imprensa, na Delegacia de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o diretor da Politec, João Marcos Rondon, somente com o laudo não é possível avaliar se houve erro médico ou negligência e, agora, cabe à Polícia, ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina (CRM) fazer esta avaliação.
 
“O atendimento prestado do momento em que houve a primeira parada cardiorrespiratória, segundo o que foi avaliado nos prontuários, foi dentro da regularidade. O fato em si, é que se não tivesse feito a lipoaspiração, não teria vindo a óbito.O laudo se restringe à avaliação específica do corpo, não tem como fazer avaliação do hospital”, completou.
 
Ainda segundo João Marcos, a hemorragia aconteceu durante o procedimento. “Quando eu falo em hemorragia, eu falo de uma lipoaspiração onde é retirada não só a gordura, mas o sangue sai junto, é inerente ao procedimento”, explica. “Não houve nenhum tipo de perfuração de grandes vasos, nada que sugerisse um vazamento de sangue”. Segundo o diretor, não é possível saber se a quantidade de sangue e gordura retirada foi maior do que o que se deveria.
 
O caso
 
A cuiabana Edléia Daniele Ferreira Lira, de 33 anos, Daniele Bueno nas redes sociais, faleceu no dia 13 de maio, após ser submetida a um procedimento de cirurgia plástica no Hospital Militar em Cuiabá. Ela foi encaminhada ao Hospital Sotrauma após passar mal e não resistiu. Ela era casada e tinha uma filha pequena.
 
No dia 11 de maio, Daniele havia feito uma postagem em um grupo de mamoplastia no Facebook dizendo que iria operar pelo Programa Plástica para Todos. O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), afirmou que os médicos que operaram a vítima não possuíam registro de especialidade no Estado.
 
A esposa de Daniele, Simone, a acompanhou no dia do incidente. Ela contou depois, no boletim de ocorrências, que, já no quarto, sua esposa apresentou sangramento nas costas e dedos esbranquiçados. Ela ainda disse que teve que esperar por uma hora até que um médico chegasse e teve que deixar um cheque caução no valor de R$ 17,5 mil para que Daniele fosse transferida.
 
O Programa Plástica para Todos é recente em Cuiabá e sua divulgação acontece em um grupo fechado do Facebook, com mais de 7 mil mulheres.

 
Leia a nota da Plástica para Todos na íntegra:
 
Belo Horizonte - MG, 14 de junho de 2018.
 
Nota Pública.
 
A empresa Plástica Pra Todos, vem por meio da presente, posicionar-se sobre o lamentável fato ocorrido na cidade de Cuiabá – Mato Grosso no dia 10 de maio de 2018, tendo em vista a imensa repercussão na imprensa, sobre o falecimento de uma paciente operada pelo nosso programa.

Inicialmente é imperioso reconhecer que o procedimento fora realizado absolutamente dentro das normas técnicas da medicina, seja em relação ao procedimento propriamente dito, seja quanto aos cuidados com a paciente, seja em relação aos registros necessários do corpo clínico e da unidade hospitalar.

Infelizmente muitos rumores, inverdades e ofensas à dignidade da empresa e de seus profissionais, foram propagados nos últimos dias, ganhando repercussão até mesmo em âmbito nacional. Presenciou-se declarações inclusive da própria categoria, demonstrando pré-conceitos com a qualidade dos serviços e profissionais integrantes do programa, o que poderia ter gerado temor generalizado a todos os pacientes e a própria especialidade de cirurgia plástica.

Sabemos que nossa luta pela universalização da cirurgia plástica em nosso país, enfrentará  resistência, mas somos um caminho sem volta, comprovamos dia após dia, a possibilidade de atendermos classes até então desassistidas pela cirurgia plástica, o fazendo com remuneração adequada aos profissionais.
 
Prova disso é que o apoio de maior relevância até então recebido, diante dessa triste ocorrência, é justamente dos nossos queridos pacientes, que são a nossa razão de existência, que não deixaram de confiar no programa, tampouco no médico que segue com sua agenda lotada.
 
Aliás, desde o princípio tínhamos imensa confiança depositada nos serviços do Dr. Eduardo Santos Montoro, médico especialista em cirurgia plástica, membro da SBCP e com CRM regular no estado de Mato Grosso, justamente por se tratar de um profissional de exímia capacitação técnica e humana, de modo que prestamos todo o suporte e apoio necessário ao profissional.
 
Contratamos o renomado advogado, Dr. Alex Sandro Rodrigues Cardoso, especialista em defesas médicas, para atuar no caso, nos imediatos dias seguintes ao ocorrido. Sua atuação foi determinante para administrar a crise instaurada perante as instituições e junto a imprensa local, restabelecendo a dignidade de todos, a verdade e a coerência para as investigações do fato.
 
Ansiosos, aguardávamos pelos desdobramentos do caso, quando na data de ontem, recebemos da Delegada responsável pelas investigações, o laudo do IML, cujo teor, em nossa interpretação, atesta a inocorrência de perfurações de quaisquer órgãos da paciente, atesta a correta evolução contida no prontuário médico, atesta a adequada intervenção na intercorrência médica e  inclusive o acolhimento do caso pelo médico assistente e anestesista, não sugerindo qualquer ocorrência de erro médico ou de equipe multidisciplinar.
 
Entretanto, o laudo indica, a nosso ver, equivocadamente, a ocorrência de choque hemorrágico, não mensurando os parâmetros nos termos da Resolução 1711/2003 do CFM, estando em desconformidade com a literatura médica aplicada ao caso, sequer diferenciando sangramento de hemorragia, e ainda não classificando o nível da hemorragia atestada, que deve variar de I a IV. Ademais, o laudo não aponta quaisquer outros parâmetros legais que justifiquem o atestado choque hemorrágico.
 
No campo das evidências, o laudo não aponta o volume e onde se localizou o suposto acúmulo de sangue que justificariam a hemorragia atestada. Na verdade observou-se que o perito precisou dispender esforço incomum para ensejar a hemorragia no caso concreto, diferentemente do que ocorre habitualmente nos casos de óbito por hemorragia, cuja evidência é clara e facilmente apontada pela pericia.
 
Ora "não existe hemorragia sem sangue"por isso, independente da suposta hemorragia não representar qualquer imprudência, negligência ou imperícia médica, informamos que o laudo deverá ser impugnado, e para tanto contamos com a assistência técnica do Cirurgião Plastico e Diretor Técnico do Programa, com mais de 30 anos de experiência médica e vasta experiência em perícias, Dr. João Fernando dos Santos Mello, que vem subsidiando par e passo os trabalhos da assessoria juridica.
 
Sendo assim, renovamos os votos de solidariedade com os familiares enlutados e a nossa imensa credibilidade aos médicos desse Programa, além dos pacientes, que seguem confiantes na utilização do programa.
 
Seguimos confiantes em relação aos desdobramentos do caso em irrestrito apoio aos nossos médicos e pacientes.
 
Fraternalmente,
 
PROGRAMA PLÁSTICA PRA TODOS
Bruno Borges Magella - Presidente
Administrador Hospitalar
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