Olhar Direto

Terça-feira, 13 de agosto de 2024

Notícias | Cidades

finalizado

Polícia conclui inquérito e agentes penitenciários são isentados de morte de detento

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Polícia conclui inquérito e agentes penitenciários são isentados de morte de detento
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga a morte de Jesuino Cândido da Cruz Junior e encaminhou ao Ministério Público no dia 13 de junho. O ex-detento foi morto com um tiro na cabeça no dia 20 de março, durante um motim da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.  Na investigação ficou comprovado que  os agentes agiram no estrito cumprimento do dever legal.


Leia mais: 
Após morte de preso, facção espalha áudios com ameaça de morte a agentes

O motim iniciou após uma revista dos agentes penitenciários. Foram encontrados com os presos 78 parelhos de celular, 290 trouxinha de maconha, 5 facas artesanais, 15 xuxos (arma artesanal), 18 fones de ouvido, 1,6kg de cocaína, 2,74kg de outros entorpecentes e 30 carregadores de celular.

Os agentes prisionais iniciaram a contenção e em cerca de 40 minutos tudo já estava controlado. Quando acabou a movimentação Jesuíno foi encontrado.
 
Na investigação, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHHP), não houve indiciamento de nenhum agente penitenciário, por ter ficado comprovado que os agentes agiram no estrito cumprimento do dever legal. Além disso, duas perícias realizadas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) concluíram que os disparos letais foram realizados dentro da zona de tiro recomendada pela doutrina de referência.
 
Além disso, também ficou evidenciado que o detento, Jesuino, estava atrás de uma barricada de colchões, longe da visão dos agentes, que ainda enfrentavam dificuldade devido à nuvem de fumaça.
 
Na ocasião, os agentes foram atacados com pedaços de concreto, barras de ferro e água quente. No entanto, o motim foi controlado  pela equipe de contenção da unidade. De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), outros quatro presos ficaram feridos.

Em decorrência da morte de Jesuíno, membros de uma facção criminosa espalharam áudios ameaçando os agentes penitenciários. Um deles disse que deveriam fuzilar a viatura do Serviço de Operações Especiais (SOE), onde eles poderiam estar.
 
“Vamos fazer o seguinte, vamos arrumar mais seis irmãos e detonar estes caras aí, pegar uma viatura da SOE, não tem uma que saí de lá com quatro caras? Fuzilar os quatro que estão dentro da viatura, daquele jeito. Nós é o crime mano, vamos por para agir”, disse um dos bandidos.

Em outro áudio, outro homem, revoltado, disse que era para espalharem a informação de que era para “passar” (matar) os agentes. Ele lamentou a morte de Jesuíno e disse que outros 40 presos ficaram feridos.

“Vou passar avisando aí, o bagulho tá louco dentro da penitenciária, os policiais sem vergonha socaram bala lá, atingiram mais de 40 manos nossos aí entendeu? Mataram um mano nosso tá ligado? Esses agentes aí, se estiverem moscando na quebrada, pra sair um salve geral, porque esses caras não são polícia, estão pagando de louco, estão judiando dos manos presos lá dentro. Se vocês puderem divulgar este áudio meu aí, passar geral esses bando de agente, que estão aí atrasando, os manos já estão todos presos e eles ficam judiando ainda”, disse o homem.

Na mesma semana, a Polícia Civil divulgou que a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com apoio do Núcleo de Inteligência de Cuiabá e da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis (212 km ao Sul), havia identificado o autor de um dos áudios. Operações também foram deflagradas para inibir ações criminosas, inclusive mais de 100 presos foram transferidos para a Penitenciária Major Zuzi, em Água Boa (a 743 quilômetros de Cuiabá). 
 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet