O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), conhecido como um dos integrantes da chamada “tropa de choque” em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), classificou como “cheque sem fundos” a tentativa dos adversários de levar ao plenário do Senado a decisão do Conselho de Ética de arquivar todas as acusações contra Sarney. Um recurso assinado por 11 senadores foi protocolado nesta quinta-feira (20) para tentar levar cinco representações contra o presidente do Senado ao plenário.

“Esse requerimento é como um cheque sem fundos, que bate e volta. Não existe dentro da regra do Conselho essa possibilidade de recurso”, disse Salgado.

A afirmação do aliado de Sarney diz respeito a dúvidas regimentais sobre a possibilidade de recursos de decisões do Conselho de Ética pelo arquivamento de processos. A resolução que rege o colegiado não prevê o recurso. O regimento da Casa, no entanto, prevê a possibilidade de recurso a plenário de decisões negativas de todas as comissões do Senado. Caberá à Secretaria-geral da Mesa discutir se o recurso pode ou não ser aceito.

Para Salgado, os adversários deveriam ter se contentado com a derrota no Conselho. Ele afirmou que o senador José Nery (PSOL-PA), que organizou a produção do recurso, deseja criar “falsas expectativas”. “Isso só vai expor a Mesa e o plenário”.

O aliado de Sarney acredita que a crise envolvendo o presidente do Senado está encerrada, mas enfatiza que o embate entre governo e oposição deve acontecer em outras questões. “Estamos vivendo 2010. A oposição vai tentar fazer uma crise todo dia. Essa já passou, mas aí eles vão ir atrás de outras”.

Sobre a situação do PT, que tem o seu líder Aloízio Mercadante (PT-SP) como demissionário da função, Salgado disse que o partido está pagando o preço de ser governo. “Não acho que o PT perdeu a ética. Só não se pode agradar todo mundo sendo governo”.