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Domingo, 12 de maio de 2024

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Uma vida, uma História

Companhia Cena Onze encena a luta de dom Pedro Casaldáliga

Foto: Divulgação

Companhia Cena Onze encena a luta de dom Pedro Casaldáliga
Estreou  ontem sexta-feira (21) o espetáculo "Fica, Pedro"!, produzido pela Companhia Cena Onze de Teatro, uma história de dedicação, determinação e amor ao próximo. O texto foi escrito por Luis Carlos Ribeiro e Flávio Ferreira, que também dirige a peça.


"A permissão generosa de Luiz Carlos, para sermos co-autores, nos trouxe uma visão para construirmos um libelo dramático, por se tratar da acusação e defesa simbólicas do personagem dom Pedro Casaldáliga, em que suas idéias ganham vida na presença dos personagens índios, que podem ser de qualquer etnia desta América Latina e que tanto sofrem: negros subjugados e desrespeitados pela cor da pele e posseiros e peões, historicamente, perseguidos e muitas vezes assassinados pela força injusta do latifúndio" diz Flávio Ferreira.

Entre os livros e sites pesquisados sobre a vida de dom Pedro Casaldáliga começou uma caminhada que levou o diretor Flávio Ferreira com sua equipe à cidade de São Félix do Araguaia. Com o apoio do amigo Banavita, viajaram mais de 2.400 km de buracos e estradas até encontrar Pedro Casaldáliga. Ficaram frente a frente com o adepto da teologia da libertação, que adotou como lema para sua atividade pastoral ‘Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar'. O poeta, autor de várias obras, Pedro Casaldáliga os recebeu de braços abertos.

A equipe viveu momentos de longas conversas e aprendizado, em que constatou que o pensamento de Casaldáliga somente será compreendido no futuro, “pois está além do que ora conseguimos perceber na sua dedicação à causa dos pobres, negros, índios e posseiros. Faz-nos sentir medíocres, ante a exagerada preocupação que temos com a própria sobrevivência, neste momento histórico em que o capitalismo nos faz tão egoístas. Choramos por várias vezes nesses encontros, ora por emoção, ora por remorso”, desabafa Flávio Ferreira.

A partir destas pesquisas e oficinas foram montadas cenas e coreografias, que lembram a vida, o sofrimento, as alegrias e os valores dos índios, negros e posseiros.

Os atores fizeram laboratórios e oficinas com diversos conhecedores e especialistas na área de capoeira e maculelê, como o mestre Olavo, baiano, que os ensinou as características do negro e suas performances e expressões. Sonia Mazetto, ficou com a missão da direção vocal (com exercícios miofuncionais e orofaciais). A orientação do Banavita, um dos grandes pesquisadores dos índios no Brasil, trouxe aos atores uma gama de conhecimentos indígenas para tornar o espetáculo mais próximo possível das mais variadas tribunos da América Latina. Além disso, eles aprenderam o dialeto tupi-guarani, ensinado pelo professor Jorge. Os posseiros, encenados pelos atores, tiveram um encontro com alguns dos representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que falaram sobre a política e a educação desse movimento social brasileiro, servindo de inspiração para a composição cênica apresentada na peça.

A peça foi inspirada ainda nas obras desse personagem vivo, poeta sereno, sábio e determinado, Dom Pedro Casaldáliga. Títulos como Sonetos neobíblicos, Espiritualidade da libertação, Murais da libertação, TIERRA, Pedro. Ameríndia, Morte e Vida, Orações da Caminhada, Missa da Terra Sem Males e Missa dos Quilombos.

Esta obra cênica é dedicada especialmente ao Pe. João Bosco Penido Burnier e a todos os que lutaram e faleceram, e também aos que ainda lutam pela socialização da terra, da moradia, da educação, da cultura na América Latina.

A Companhia Cena Onze também traz ao palco a assistência social, onde uma menina da Casa de Retaguarda Dr. Paulo Prado faz parte do elenco. Ela participou de oficinas oferecidas através de ação social e se destacou entre as participantes, sendo convidada pelo diretor Flávio Ferreira.

Além da apresentação, o público poderá apreciar, no salão de espera, a exposição fotográfica de dom Pedro Casaldáliga em suas citações poéticas e das justiça e injustiças sociais. Um vídeo também será projetado com entrevista exclusiva dos seus pensamentos sobre capitalismo, américas, regime militar, MST e socialismo.

O espetáculo ficará em cartaz de 21 de agosto a 4 de outubro de 2009, no Teatro da TV Centro América, sempre às sextas, sábados e domingos, às 20 horas.

A peça tem o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e do governo do Estado de Mato Grosso, que distribuirá parte dos ingressos para escolas da rede pública e apoio cultural da TV Centro América, Ótica Diniz, Ponto Certo, Livraria Janina, Unic, Sindicato dos Motoristas, Unimed, Prefeitura Municipal de Cuiabá (Imeq-MT - Instituto de Metrologia e Qualidade de Mato Grosso), União Transporte, Funec, Colégio Master, Academia Pedro Fernandes, Prefeitura Municipal de Várzea Grande, IDM Informática, Guia Cidade, Restaurante São Sebastião, AB Assessoria e Eventos, Cesuc, F3 Video Produções, Stettcr, Big Papelaria, Maxi Door e Central Foto Digital.

A peça tem o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e do governo do Estado de Mato Grosso, que distribuirá parte dos ingressos para escolas da rede pública.

Elenco

Paulo Fábio (Pedro Casaldáliga); Bené Freitas (inquisidor); Bruno Pinheiro (anjo); Gênesy Almeida, Bené Freitas, Mayco Fabrício, Luana Costa, Clélia Gattass, Janaina Borges, Marcondes Silva e Darlene Vasconcelos (posseiros, índios e negros); Luana Costa (índia 1); Clélia Gattass (índia 2); Valdelino Ribeiro (“A Voz Do Brasil”); e Clean Orben e Flávio Ferreira (“Off” do plano de assassinato de Pedro Casaldáliga).

Ficha técnica

Trilha Sonora: Grupo Vozes (Sônia Mazetto, Alex Mazetto, Tábata Mazetto e Jorge Abbe); Direção de Fotografia no Documentário: Guilhermo Medrano; Direção Geral no Documentário: Bonavita; Direção de Fotografia de Vídeo: Odenir Lima; Criação de Cenário: Flávio Ferreira; Direção circense: Duda Araújo; Direção vocal: Sônia Mazetto; Orientação da dança maculelê e Tocadores de atabaque: Mestre Olavo e Vinicius Ferreira; Coreografia: Luciano Oliveira; Operador de Vídeo, Iluminação e Sonoplastia: Luis Figueiredo; Maquiagem: Kim Fernandes; Designer Gráfico: Marcondes Silva; Fotografias: Bruno Lima e Marcondes Silva; Criação e confecção de Figurino: Jane Klitzke; Contra regras: Águilas Aguilar, Clebersom Lima; Bilheteria: Fátima Jabur; Assistentes de produção: Daiany Poças; Produção e Assistente de Direção: Janaina Borges; e Direção Geral: Flávio Ferreira.

Serviço:

O que?              Espetáculo “Fica, Pedro!”
Onde?               Teatro da TV Centro América
Quando?           21 de agosto a 4 de outubro de 2009 (sextas, sábados e domingos)
Que horas?      20 horas
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