A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) firmou mais uma vez sua posição de defesa da necessidade de que cada Estado promova leis próprias no código ambiental, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, na última quinta-feira, quando veio a Cuiabá participar do 1º Seminário de Vereadores de Mato Grosso.

Kátia destacou que, de modo geral, as leis ambientais devem continuar a serem votadas em Brasília, mas que as especificidades devem ser analisadas de acordo com cada Estado, assim podem adequar-se melhor às diferentes realidades brasileiras. “Tem particularidades que só o povo, só os políticos, só quem vive no Estado conhece. Alguns detalhes têm que ficar a cargo dos estados”, ressaltou a senadora.

A senadora, que defende fervorosamente a mudança do código ambiental de 80% de preservação florestal nas propriedades produtivas para os anteriores 50%, diz que “antes da condenação do setor ruralista, é preciso analisar a economia e a história do país, já que a questão ambiental é muito recente, o caminho ainda está sendo trilhado”.

“O Brasil tem 56% de cobertura vegetal ativa e disponível para plantar, o que significa 100 milhões de hectares em terras para produção. Para acabar com a fome da população mundial, são necessários 80 milhões de hectares”, explica a presidente do CNA, justificando sua defesa em favor de mudanças na legislação.

Segundo ela o Brasil tem as terras necessárias para plantar, e se recebesse os devidos recursos, poderia até produzir sem desmatar, plantando no local da pecuária. Porém, o processo acaba sendo lento, devido à falta de recursos, e isso torna necessário desmatar para fornecimento de alimento à população. E disparou : " Não desmatamos e jogamos terras ao vento, nós substituímos terra por emprego, exportação, PIB. Esse setor não pode ser desrespeitado dessa forma".