A crise entre os palácios Paiaguás e Alencastro já saiu, há algum tempo, do campo institucional e afasta cada dia mais as chances de conciliação entre o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o governador Mauro Mendes (DEM). Na avaliação do emedebista, que foi parceiro de Mendes no passado e se disse decepcionado com o rumo que a situação tomou, a relação entre eles foi minada por “intriga” de aliados de ambos.
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“Estou desde o primeiro dia do mandato do Mauro Mendes tentando construir uma ponte com o Palácio Paiaguás, mas de lá para cá tem grandes operadores em construção de paredes. Os dois últimos anos da gestão do Pedro Taques foi uma relação de alto nível e nós não éramos aliados. Pelo contrário, eu ganhei a eleição como líder da oposição a ele. Mas nós aparamos as arestas, deixamos de lado as diferenças políticas e pensamos em Cuiabá. Eu acho que o problema esteve sempre nas pessoas que cercam, pessoas que possuem os mais variados interesses... E se ouve de tudo, não, é?! Tanto no grupo dele como no meu. Mas independente de onde veio, eu acho que a gente tem que entender que acima dessas intrigas que buscam desestabilizar uma relação institucional”, comentou o prefeito.
Mendes tem evitado comentar o assunto. Há alguns dias, porém, ao ser questionado sobre uma das principais polêmicas levantadas por ele contra a gestão de Emanuel, o governador classificou a retomada da nota “B” no índice que avalia a capacidade da Capital de bom pagador como algo “estranho”. “Vamos ver os próximos capítulos”, ironizou.
Em 2019, o Tesouro Nacional rebaixou a nota de Cuiabá no Capag. A informação consta no Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais de 2019. De acordo com os dados, entre os anos de 2017 e 2018, a Capital de Mato Grosso ostentava a nota B, estando, até então, apta a tomar crédito com garantia do Tesouro. Entretanto, no ano passado, Cuiabá foi rebaixada para nota C.
O rebaixamento foi utilizado diversas vezes por lideranças ligadas ao governador, e pelo próprio Mauro Mendes, para criticar a gestão de Emanuel Pinheiro (MDB) e definir candidatura de oposição em uma eventual reeleição do emedebista.
“Eu acho que quando você senta numa cadeira como essa, eu não tenho o direito de fazer com que as minhas opiniões pessoais, os meus desejos políticos se sobreponham à responsabilidade de ser prefeito. Isso me requer aquilo que chamamos de respeito à liturgia do cargo. Eu não preciso ser amigo do governador e não estou aqui pessoalizando, porque hoje é Mauro e Emanuel, amanhã pode ser Pedro e João... não importa”, destacou Emanuel.
