A família do soldado Rafael Luz Marques Pereira, de 18 anos, registrou um boletim de ocorrência de tortura na última segunda-feira (13). A vítima passou mal na terça-feira (7) durante um treinamento, e faleceu na sexta-feira. Segundo a acusação, o jovem teria ficado duas horas e meia sem atendimento médico depois de começar a passar mal. Também teria lhe sido negado água.
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De acordo com informações da assessoria da Polícia Judiciária Civil (PJC), a acusação de tortura se dá quando submete-se “alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
A comunicação do crime aconteceu às 14:26 de segunda-feira (13), três dias após a morte do rapaz. O treinamento aconteceu dia 7 de abril no 18o Grupo de Artilharia de Campanha (18 GAC) em Rondonópolis.
Segundo a denúncia, depois de um treinamento exaustivo de resistência física, em que os soldados eram obrigados a cumprir algumas etapas dos exercícios para poderem ganhar água e alimentos, o soldado Rafael Luz Marques Pereira não conseguiu concluir as atividades e ficou sem receber água por um longo período.
A vítima teria falado que não estava se sentindo bem mas, mesmo assim, continuado a ser submentido a mais treinamentos e, sobre pressão e constrangimento, continuado com os exercícios físicos.
Ele teria entrado em estado de alucinação e começado a vomitar por volta das 13h30, mas só deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) às 16 horas. Só por volta das 19 horas a família do soldado teria sido avisada do ocorrido. O soldado ainda foi encaminhado para o hospital da Unimed e permaneceu internado até o dia 10 de abril, quando não resistiu e veio a óbito.
A vítima deu entrada na UPA com histórico de desidratação e rebaixado nível de consciência. A Polícia Civil de Rondonópolis está acompanhando o caso. O 18 GAC também emitiu uma nota informando que vai investigar o caso e se solidarizando com a família.
