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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Incêndios no Pantanal e Estrada da Guia foram provocados por rompimento de cabo, fogo em carro e até extração de mel

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Incêndios no Pantanal e Estrada da Guia foram provocados por rompimento de cabo, fogo em carro e até extração de mel
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiro Militar, Dércio Santos Silva, disse na última segunda-feira (24), à Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso que os incêndios que atingiram a região da Estrada da Guia e também o Pantanal foram provocados por rompimento de cabo de energia, fogo em automóvel e até pela extração de mel.

 
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Entre as causas que resultaram no incêndio, de acordo com Dércio da Silva, está a extração do mel. Para isso, as pessoas utilizam a fumaça do fogo para espantar as abelhas. Outro motivo, segundo a perícia do Corpo de Bombeiros, foi ocasionado por um acidente de automóvel que acabou pegando fogo na região do Pantanal. Já o incêndio que aconteceu na MT-010, que liga Cuiabá ao distrito de Nossa Senhora da Guia, no início deste mês, foi ocasionado por rompimento de cabo de energia elétrica na região. 
 
“Todas as pericias estão sendo feitas na medida do possível. O principal é o combate ao incêndio, paralelas às outras ações. Há no momento, a operação transpantaneira sendo realizada. É uma demanda da Secretaria Adjunta de Turismo e da Associação de Defesa do Pantanal. Há 104 militares trabalhando na base. Mais de 200 funcionários de fazendas trabalhando para controlar o incêndio na região” disse o tenente-coronel.
 
Ele afirmou que na região sul do Pantanal o fogo já foi contido. Segundo ele, há três pontos de concentração de tropas para combater os focos de incêndios: a base no Sesc Pantanal, um na Ilha Camargo e a terceira no Porto Jofre. “Essas bases têm objetivo operacional. Com a frente fria veio à redução das chamas, mas com ela veio também os ventos fortes de 56 km/h. Isso dificultou o combate ao incêndio, porque só teve garoa no setor sul do Pantanal”, disse Dércio da Silva. 
 
O tenente-coronel aproveitou para convidar os deputados que compõem a Comissão de Meio Ambiente para conhecer o Posto de Comando do Corpo de Bombeiros implantado no aeródromo do Sesc Pantanal. De acordo com o presidente da Comissão, deputado Carlos Avallone (PSDB), parte da comissão deve ir in loco, na próxima quinta-feira (27). 
 
Dércio da Silva afirmou que há um alinhamento anual de combate permanente a incêndios no Pantanal de Mato Grosso. Segundo ele, na região é feito o serviço de prevenção, de preparação ao combate ao fogo pelos militares bombeiros. Para combater o fogo que devasta a região, o militar disse que houve uma reunião na cidade de Ladário/MS para discutir a melhor estratégia para combater o fogo no Pantanal dos dois estados.

Fogo na MT-010

O fogo que atingiu a região do condomínio Brasil Beach, às margens da MT-010, estrada que liga Cuiabá ao Distrito da Guia, devastou 800 hectares, o equivalente a mais de 1,1 mil campos de futebol. Bombeiros precisaram ser chamados de suas folgas e foram utilizados em torno de 50 mil litros de água.

Conforme as informações do Corpo de Bombeiros, o combate perdurou durante todo o dia, se estendendo pela noite, sendo que as chamas somente foram controladas após sete horas ininterruptas de trabalho dos homens da corporação. No total foram 46 militares, onze viaturas e ainda havia equipes da Defesa Civil Municipal.

Fogo no Pantanal

O bioma Pantanal possui cerca de 15 milhões de hectares de extensão territorial, sendo 10 milhões localizados em Mato Grosso. Deste total, de acordo com o Ibama, do início de 2020 até a semana passada, o fogo já havia destruído 1,55 milhão de hectares, área equivalente a dez municípios de São Paulo.
 
Levantamento realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) aponta que, somente nos primeiros 13 dias de agosto, 1.317 focos (51%) ocorreram na porção mato-grossense do bioma e outros 1.261 focos (49%) na porção do bioma em Mato Grosso do Sul. Ao todo, se considerarmos os dois estados, o Pantanal já perdeu 10,3% de sua cobertura vegetal.
 
Segundo especialistas, ainda é cedo para avaliar a dimensão do estrago causado pelo fogo, principalmente porque a expectativa é de que no mês de setembro a seca castigue ainda mais a região.
 
Este é o maior incêndio ocorrido no Pantanal nos últimos 14 anos, que enfrenta ainda o avanço do desmatamento e uma das maiores estiagens observadas na história recente. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os primeiros sete meses de 2020 foram os que registraram mais queimadas em comparativo ao mesmo período de anos anteriores.
 
O mês de julho deste ano, por exemplo, foi o período em que o Pantanal mais pegou fogo nos últimos 22 anos. Conforme o Inpe, foram registrados 1.684 focos de queimadas na ocasião. No mesmo mês, no ano passado, foram 494 focos. O recorde de queimadas em julho, até então, havia sido em 2005, com 1.259 registros.
 
O Pantanal é maior área úmida continental do planeta, mas este ano, o nível das águas do rio Paraguai - principal formador do bioma - chegou a 2,10 metros em junho, de acordo com a Marinha do Brasil, período que costuma marcar o pico do rio ao longo do ano. Esta foi a menor marca observada nos últimos 47 anos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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